No começo do ano, se criou uma grande hype em volta da Cambriana. O projeto de Luis Calil e Wanderson Meireles pegou os sites e blogs de música de surpresa, pois ninguém esperava de uma banda estreante um disco tão maduro e que explorasse tantas sonoridades como House of Tolerance fez. Por esse show, pude ver que toda hype não foi à toa. Mesmo curta, a apresentação mostrou uma banda de músicos talentosos e com ótimas composições.
O que seria um show de Rock se tornou algo contemplativo, com o auditório tomado pelo silêncio (por parte do público) e todos sentados ouvindo com atenção tudo que se passava em cima do palco. O silêncio só era quebrado ao término das músicas quando era nossa vez de fazer “barulho”, aplaudindo cada canção da banda. “Isso é novo para nós, nunca tocamos pra um público sentado” disse Luis ainda não muito acostumado com a ideia.
A cada música, a banda parecia ter uma configuração diferente com os músicos alternado as posições entre baixo, guitarra e saxofone. Minha maior surpresa foi ver a baterista largando suas baquetas e assumindo o baixo em Waitress, prova que ali todos os músicos tocavam pelo menos dois instrumentos (e muito bem, diga-se de passagem).
Cada canção tinha seu toque especial: Invicto foi um dos momentos mais marcantes da apresentação, sendo a única que contava com a presença do piano; The Sad Facts contava com uma ótima linha de baixo e a voz de Luis parecia ganhar ainda mais força; e Safe Rock trouxe o ultimo rearranjo dos integrantes, fechando a noite de uma forma incrível.
A banda consegue passar a mesma aura experimental do disco nas apresentações ao vivo. Mais que isso, consegue leva-las um passo adiante adicionando solos ou elementos novos nas músicas. Pena que a Cambriana ainda tenha um repertório curto e, com isso, o show não tenha durado mais tempo.
