O Terno – Lançamento do Disco “66”

O trio paulistano fez sua estreia em grande estilo, mostrando a contemporaneidade nostálgica de seu som, que une o melhor do Rock dos anos 60 e 70 às letras inteligentes e irônicas

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Nota: 4.5

A carreira do O Terno deu um salto incrível em muito pouco tempo. O lançamento do clipe 66 fez esse trio paulistano ganhar uma visibilidade e destaque como nem eles esperavam. O show de lançamento do disco também chamado 66 foi marcado por algumas surpresas – por parte da banda que não esperava ver o Auditório do Ibirapuera tão lotado e por parte do público, principalmente quem só conhecia o novo hit e viu que a banda tinha muito mais a mostrar do que aquela música.

O sentimento de nostalgia ao ver o show era inevitável. O Rock dos anos 60 e 70 dominou a noite com reflexos de The Beatles, Cream e Eric Clapton (aliás, muito Eric Clapton) que se faziam presentes no meio de inúmeras outras influências da época. Ironicamente, todas suas referências e rumos musicais são comicamente contestados na canção que os revelou e é essa contemporaneidade nostálgica que os diferencia e que os colocam, já, como um dos bons nomes da cena paulistana.

O palco estava pronto para o trio: com seus instrumentos ao centro, uma decoração elegante e um gigante número “66”, que reluzia ao fundo e criavam o clima retrô da apresentação. E como se esperava de um auditório, todos acomodados em seus lugares – o que em minha opinião não combina muito bem com um show desses.

A banda abriu a noite com uma das músicas mais divertidas do seu set e que apresenta um tema recorrente em suas composições: Zé, Assassino Compulsivo começou a noite muito bem no clima de Blues Rock à la Cream. O guitarrista e vocalista Tim Bernardes também partilhava da opinião de que um show desses não foi feito para se assistir sentado e pediu para que o público viesse à beira do palco. É claro que muita gente obedeceu o vocalista.

Para acompanhar a banda, o músico e pai de Tim, Mauricio Pereira, subiu ao palco com seu saxofone. Entre uma brincadeira e outra, apresentaram três faixas: Quem é Quem, Purquá Mecçe e Compromisso – músicas que o próprio Mauricio compôs e que ganharam novos arranjos com a cara do trio.

O show continuou apresentando canções do novo disco e músicas novas, como Filhos da Vanguarda, ou Não que “acabou de sair do forno”, segundo a própria banda. O trio ainda apresentou covers bem inusitados, como uma versão Blues Rock de Canto de Ossanha de Vinicius de Moraes e Baden Powell e O Que Foi Feito Deverá/ O Que Foi Feito de Vera de Milton Nascimento também com uma roupagem mais Rock & Roll.

O grande hit 66 não podia faltar. Tocado quase ao fim do show, esse foi um dos momentos mais memoráveis da apresentação, o publico cantava junto e alguns mais animados dançaram da mesma forma que a banda faz no clipe. O Terno ainda voltou para o bis e cantou uma das canções mais divertidas do trio, Coca-Cola, que fechou a noite rendendo boas risadas para quem ainda não conhecia música. Esse foi um daqueles shows que agradam tanto quem foi conhecer a banda quanto quem já esperava o que veria no palco – e, mesmo assim, saiu surpreendido.

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ARTISTA: O Terno

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts