The Cribs – Beco 203, São Paulo

Em sua segunda passagem pelo país, o trio fez um show animado e cheio de hits que embalou a quinta-feira dos paulistanos

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Fotos: Kaue Lima / Discophenia
Nota: 3.0

Em sua segunda passagem pelo Brasil, a banda The Cribs (trazida em ação da Playbook com a marca Jack Daniel’s) fez um show divertido e cheio de hits que agradou não somente os fãs, que sabiam cantar todas as músicas, mas também quem parecia ter caído ali de paraquedas.

A abertura ficou por conta do músico David Jones, da banda Nine Black Alps, que mais tarde seria o quarto integrante da banda, assumindo a outra guitarra – lugar ocupado por ninguém menos que Johnny Marr durante a turnê do disco Ignore The Ignorant. Entre as poucas que tocou, a música que mais se destacou foi Unsatisfied, de seu grupo. O papel de aquecer o público foi feito, mesmo que ele não tenha empolgado tanto o quanto o show que viria a seguir merecia.

Os ingleses subiram ao palco e, ainda sem saudar o público, tocaram na sequência Come On, Be a No-One, Our Bovine Public e Girls Like Mystery, misturando músicas de seu novo disco, In the Belly of the Brazen Bull com outras do clássico Mens Needs, Women’s Needs, Whatever. Com essa boa introdução, o grupo mostrou o que clima o show seguiria, intercalando novos e velhos sucessos retirados de seus cinco discos. Nessas faixas, nem o microfone baixo de Ryan Jarman atrapalhou a animação da apresentação.

Após esse inicio enérgico e com alguns problemas, o show continuou sem maiores problemas, mas ainda com o microfone baixo. Os irmãos Jarman saudavam o público e agradeciam sua presença ao fim de cada música, o famoso “obrigado” em português não tardou em aparecer e teimou a se repetir em quase todo intervalo entre as canções. No palco, o quarteto pulava, gritava, jogava o microfone no chão (por várias vezes) e fazia muito barulho usando a microfonia a seu favor.

Quem queria curtir só os principais sucessos da banda não saiu desapontado. Im A Realist, You Were Always The One, Mirror Kissers, Hey Scenesters! e Mens Needs fizeram a alegria dos fãs mais antigos e quem só conhecia os últimos lançamentos também pôde cantar muitas das novas faixas, que apareceram com certa frequência em seu extenso set.

Mais um ponto alto do show foi perto do fim, quando a banda tocou em sequência o que chamou de “presente para os fãs de verdade”. Com as primeiras notas de Another Number, Ryan puxou as palmas e o coro do público que respondeu prontamente. Be Safe foi tocada depois, com a inserção da imagem e vocal de Lee Ranaldo, do Sonic Youth. A música, que é quase toda declamada, abriu espaço para os irmãos abusarem do barulho e distribuírem riffs pesados.

Continuando esse ponto alto, o Cribs tocou mais uma clássica, Mens Needs, para então fechar o show de forma catártica com City Bugs. Ondas de distorção e feedback inundaram o Beco 203 em um ritual semi-destrutivo em que os músicos raspavam seus instrumentos em qualquer lugar: caixas de som, pedestais ou qualquer outra superfície que propicia-se notas aleatórias. A bagunça já tomava conta do show quando a bateria foi jogada ao chão, anunciando assim, o fim da apresentação.

Com um saldo positivo, espectadores e músicos parecem ter se divertido com o show que teve um set bem escolhido e recheado de hits.

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ARTISTA: The Cribs
MARCADORES: Beco 203 SP, Show

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts