Mahmundi + Opala – Riviera Bar, SP

Cariocas bem intencionados são ofuscados por bar que não oferece melhor estrutura para shows de sua qualidade

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Fotos: Fernando Galassi/Monkeybuzz
Nota: 3.0

A reabertura do Riviera Bar veio como mais um empreendimento do combo de empresários bem sucedidos de São Paulo – Facundo Guerra, Alex Atala e Lúcio Ribeiro. Com a mira hype já apontada para si, a programação intitulada como BRisa só veio pra arredondar o ideal cool do novo lugar. Mas será que esse seria o lugar pra trazer gente nova e cativar o público que realmente quer ver as bandas?

A boa curadoria de Fernanda Couto trouxe a São Paulo a primeira visita de Opala, novo projeto de Maria Luiza Jobim junto a Lucas de Paiva e o retorno de Mahmundi, com repertório novo recém-revelado sob o título de Setembro. Tudo parece muito redondo até chegar ao bem afortunado local com lotação de 200 pessoas. O público presente de longe parecia estar interessado no que viria a tocar naquele noite, já que sumariamente ria alto, pedia coisas pra beber e comer e tirava uma onda de como ser um boa vida no garboso ponto da Paulista com a Consolação.

Através de pocket shows, os projetos cariocas de sonoridades eletrônicas em ritmo que fogem das pistas dançantes acabaram por serem um tanto ofuscados pela grande parte do público, que entre uma faixa e outra se interessava e desinteressava-se na mesma rapidez pela apresentação. A filha mais nova de Jobim mostrou a público todas as canções do EP autointitulado e acrescentou ainda uma composição de Lucas, talvez pelo “palco” pequeno, a voz não muito acentuada ou até mesmo seu repertório a ser apreciado em levada mais silenciosa fez com que o momento fosse efêmero, deixando curioso por como seria Maria Luiza e Lucas numa verdadeira casa de shows.

20 e poucos minutos depois, a molecagem doce de Mahmundi já se instaura desde o começo e dá o papo em seguida a canção de abertura Se Assim Quiser, do disco Efeito das Cores. “Então vou ter que cantar mais alto aqui pra vocês?” – entoou Marcela em tom de brincadeira, mas empunhando a guitarra como uma profissional. Parte da plateia parece ter entendido o recado e acompanhou e tentou cantar junto os covers Corre-Corre, de Rita Lee e Tarde em Itapoã, de Vinícius de Morais.

Apesar de posicionar-se firme e fazer o pequeno grupo de fãs de pé dançar devagarinho ao som dos hits Desaguar, que veio logo no final, e uma jam session da música Calor do Amor, Marcela ainda parece ter se sentido intimidada com o material novo (ou então pelo curto tempo de show) e tocou apenas uma de suas inéditas, Quase sem Querer, já muito afiada. Apesar de conseguir atrair uma “mini base” de interessados, resta saber qual a intenção do Riviera com essas apresentações que naquele espaço quase pedem socorro para serem vistas – desconfortável tanto para as bandas quanto entusiastas da música em si.

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ARTISTA: Mahmundi, Opala
MARCADORES: Show

Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.