Alabama Shakes Obtém Aprovação do Público Brasileiro

Plateia desconfiada no início entrou em êxtase com a interpretação de Brittany Howard, a mais nova verdadeira diva do Rock norte-americano

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Fotos: Fernando Galassi / Monkeybuzz

De todas as bandas que se apresentaram no Lollapalooza Brasil em 2013, a que mais gerava desconfiança prévia no público era, até onde eu notei, Alabama Shakes. Dona de um dos melhores álbuns de 2012, justamente seu disco de estreia, e colecionadora de elogios descarados por onde quer que passe, este não seria apenas seu primeiro show no Brasil, mas um verdadeiro teste de sua competência. Quanto a isso, amigos, posso afirmar que o grupo passou na prova com louvores.

Desde a hora em que subiu ao palco e emendou de uma só vez Hang Loose, Hold On (porque um bom show de uma hora não precisa ter o maior hit guardado para o fim) e Always Alright, Brittany Howard e os rapazes arrancaram aplausos, coros, gritos e a atenção de todos. Uma banda que consegue tanto destaque em tão pouco tempo, fazendo um som fora de modinhas ou afins, só pode ter seu sucesso explicado pela alta qualidade do trabalho.

E grande parte dos méritos se encontra na figura da vocalista. Como a postura típica das mulheres do sul dos Estados Unidos, Brittany parece transportar o palco para o centro da cultura afro-descendente de sua região natal e prega cada uma de suas letras com as mãos para o alto e movimentos tão marcantes quanto sua voz. Como se não bastasse o canto, ela ainda não faz nada feio com a guitarra em mãos.

Foi assim que You Ain’t Alone, Heartbreaker e I Ain’t the Same conseguiram extasiar e convidar a plateia a cantar junto em meio a muitas palmas. Sim, porque os aplausos ali não cabiam apenas ao fim das canções, mas precisavam surgir a todo e qualquer momento.

Mais do que um conjunto de referências bem executadas, a música feita pela Alabama Shakes é cheia de uma alma muito própria, que fica concentrada nas letras simples, mas bacanas, e na mais que poderosa interpretação de Brittany. Quem testemunhou a primeira apresentação do grupo pelo país não vai se esquecer assim tão fácil e pôde ouvir alguns comentários ao final do show que afirmavam que a banda “é ainda melhor ao vivo”.

Arrepiados, não só aprovamos o show, mas também agradecemos pelo êxtase musical que foi, para muitos, o ponto mais alto de todo o feriado.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.