Vale começar enumerando os pontos ruins do show, para que os bons fiquem para o final e a sensação após ler a resenha fique mais próxima da realidade: Childish Gambino fez um show muito bom.
O público era menor que 30% da capacidade do palco Perry (o menor de todos), já que o mundo inteiro parecia estar na impressionantemente cheia apresentação de Calvin Harris. O som estava alto demais, distorcendo tudo que era tocado no palco e o público não parecia muito animado, dando a impressão de uma platéia formada mais por quem guardava um bom lugar para ver Steve Aoki do que por quem queria ver a primeira vez do rapper no Brasil.
Agora, destacando os pontos positivos, o músico parecia muito feliz e empolgado em estar ali e tocou com a energia de um artista se apresentando para 100 mil pessoas. Seus maiores sucessos estavam presentes e, apesar da falta de elementos marcantes, o clima geral era de um verdadeiro show de Hip Hop. Quem foi pra curtir, conseguiu.
Algumas apresentações do estilo sofrem com a dificuldade de traduzir as canções para os palcos, fazendo o rapper parecer um animador de torcida com a música de fundo embalando os presentes, mas Donald Glover impressionou neste quesito e não decepcionou, cantou bem e estava acompanhado de uma boa banda.
Mesmo assim, a produção megalomaníaca que montou era desnecessária e tal característica ficou ainda mais evidente num momento que seu computador parou de funcionar e o rapper resolveu começar um freestyle, comprovando suas melhores qualidades neste que foi o ponto alto da apresentação, junto com a ótima faixa Sober – já que o sucesso Heartbeat deixou um pouco a desejar.