O Melhor do Palco Perry no Lollapalooza 2013

Saiba os pontos altos e baixos de tudo o que aconteceu de mais importante na sexta, sábado e domingo na tenda de música eletrônica do festival

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A tenda eletrônica, batizada de Palco Perry, em geral foi uma surpresa no Lollapalooza 2013, a começar pelo anúncio das atrações. Percebeu-se uma influência muito grande de graves (Electro House e Dubstep), muito comum na gringa e que falta um pouco aqui no Brasil. O que importa é que uma série de produtores renomados foram confirmados para os três dias de festival e alguns padrões foram notados. A começar pela similaridade dos sets com os artistas que participaram do UMF no fim de semana passado, em Miami. Outro fator é a disputa, inclusive, de músicas que acontece entre os maiores – então, sim, é possível ter repetição inclusive durante todo final de semana. E pra fechar, foi notado um empenho muito grande de todos os artistas de passarem pelo máximo de gêneros possíveis, inovar na hora da performance e chamar atenção de alguma forma, o que geralmente é categorizado como mesmice. Com exceção do último dia, todos os outros tiveram o som limpo e alto mostrando a arte gráfica de cada artista.

SEXTA-FEIRA:

PORTER ROBINSON: O produtor de apenas 21 anos fez um set bastante parecido com o que havia feito no UMF: uma porrada de grave. Claramente influenciado pela surra de Electro House, o DJ permeou entre o gênero e o EDM, sempre trazendo um pouco das faixas que compuseram seu último trabalho. Unison, The Seconds, Easy, Language até chegar a euforia do seu single 100% in the bitch. A sensação que dava era que o garoto não descansava do barulho e sempre vinha com outro build up para um drop pesado, isso somado à sua performance hiperativa. Robinson não parava por um minuto, nem a sua pista. Perry nunca viu tanto grave.

SÁBADO

ZEDS-DEAD: Em disputa com o show de Franz Ferdinand, o produtor contava com uma quantidade razoável de fãs fiéis. Também por conta das filas grandes, poucas pessoas tinham entrado ainda no festival. O DJ iniciou com muito grave e Dubstep industrial, low BPM aumentando aos poucos (até chegar ao Moombahcore) de acordo com o que o público ia respondendo. Foi do Drum’n’Bass a pitadas dos anos 80, passando pelo Reggae. Uma surpresa positiva diante da sobriedade de suas produções, mostrou versatibilidade ao vivo e ânimo pra sustentar uma tenda como a Perry.

MADEON: O caçula do line up, Madeon, de apenas 18 anos, surpreendeu na noite de sábado no Lollapalooza. Começando pontualmente às 20 horas e disputando espaço com o final de Queens of the Stone Age, o DJ parecia sofrer com falta de grave em suas músicas. Pouco tempo depois, com o problema solucionado, Madeon resolveu mostrar serviço e lotou a tenda facilmente. O produtor foi uma das atrações mais versáteis do festival, trazendo faixas com maior influência vocal e com maiores hits de rádio. Tendo desde The Killers até Blur em seu set, movimentou e fez com que toda tenda entendesse a razão do talento precoce do menino. Isso sem contar as pitadas de Synth Pop e Nu Disco que vinham para dar uma respirada, tudo de muito bom gosto. Destaque para a famosa Pop Culture, mashup de mais de 30 músicas feito por Madeon, vídeo que estourou o DJ.

DOMINGO

FELGUK: Os brasileiros estavam em casa e queriam provar que mereciam espaço ali. Com o Palco Perry repleto de fãs convictos pelo som pesado da dupla, suas músicas foram de Swedish House Mafia a Queens of the Stone Age, mesclando muito o eletrônico com acapellas conhecidas, o que ajudou muito a trazer cada vez mais pessoas do show de Kaiser Chiefs que acontecia ao lado. Os dois fizeram intervenções (pediram para o público todo ir para o chão e subir no drop de Wow), surpreenderam com Seven Nation Army e trouxeram até a lendária We are your friends. Fizeram um show melhor que muito nome internacional e provaram que no sangue brasileiro também corre Electro.

RUSKO: Em seguida, o padrinho do Dubstep entrou em cena sem muita pretensão e assim permaneceu por um bom tempo. Iniciou no low BPM, Industrial e mesmo assim contava com a tenda lotada e um público cativo, porém tímido. Preferiu ir pro Reggae, arriscar no Hip Hop e perambular entre os gêneros. Um DJ com presença, talvez o que mais use o microfone. Rusko nunca fez questão de fazer uma música comercial e não seria agora. Sua pista sabia disso e ele fez um show com a sua cara.

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Autor:

Publicitário que não sabe o que consome mais: música, jornalismo ou Burger King