Pearl Jam: Mais um show memorável para o histórico de apresentações da banda no Brasil

Fechando o festival, Eddie Vedder e banda fizeram 60mil pessoas se emocionarem das mais variadas maneiras em meio a sentimentos de nostalgia

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Fotos: Dave Mead

O Brasil ama Pearl Jam e a recíproca é verdadeira. Nem faz tanto tempo (dois anos) que a banda esteve por aqui e eis que ela retorna. Fechando o último dia do Lollapalooza Brasil 2013, Eddie Vedder e companhia carregaram para dentro do Jockey Club de São Paulo quase que a lotação máxima do espaço, fazendo quase que sua totalidade ficar com olhos para o Palco Cidade Jardim.

O mesmo cenário de fundo do show de 2011 e o telão em preto e branco davam um ar nostálgico no som grungeiro que, por si só já nos resgata lembranças passadas. Lembranças essas que foram e são passadas adiante como se pode pelas três gerações na multidão – crianças, passando por jovens, e pelos mais velhos – com camisetas da banda ou com suas camisas xadrez amarradas na cintura.

Se a expectativa era de um som mais intenso logo de cara, ela foi contrariada. A primeira música foi Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town, dando um início bem calmo, como um afago de saudade. Why Go e Interstellar Overdrive (cover de Pink Floyd), de introdução para Corduroy, foram as que deram sequência aos primeiros minutos do show.

Em um português um pouco arranhado e vindo de uma colinha, Eddie Vedder, com seu jeito todo carismático, desejou a todos uma boa Páscoa e logo em seguindo tocou Olé, que, segundo ele, foi seu ovo de chocolate para nós. O set foi marcado por ser bem mesclado entre canções mais agitadas e baladas, ou vice-versa, como Even Flow seguida de Nothingman e Daughter seguida de World Wide Suicide, que seria executada mais adiante.

Após cerca de uma hora e meia de show, uma pausa. Ao voltar, Vedder trazia consigo uma garrafa, que parecia ser de espumante, e dedicou um brinde às principais bandas que se apresentaram durantes os três dias de festival, dizendo o nome de uma por uma ao ler uma lista em uma folha de papel. A brasileira Wannabe Jalva foi lembrada, muito dessa lembrança se deve ao fato dos gaúchos terem aberto o show do Pearl Jam em 2011 em sua ida a Porto Alegre. Aproveitando o momento de discurso, Eddie parabenizou São Paulo por permitir o casamento entre pessoas de mesmo sexo e foi aplaudido pelo público presente.

O momento alto do pós-pausa foi quando, com a imagem da lua – quase que cheia e em tons dourados – estampando os telões, o público cantava junto a balada Better Man, transformando esse momento um dos mais emocionantes e belos de todo o show. A emoção só aumentaria a seguir. Era a vez do mega sucesso Black cantado a plenos pulmões pelo enorme público, ação que se repetira mais à frente com Go e Alive.

Ao dizer que sempre que retorna ao Brasil se lembra de seus amigos Johnny e Joe Ramone, Eddie dedicou um cover de I Belive in Miracles misturando o Punk Rock ao Grunge. Ainda na levada de covers, a já conhecida versão de Baba O’Riley, do The Who, esteve presente no set, só que sem a participação de Josh Homme, como alguns esperavam que se acontecesse, repetindo o dueto de 2007 em um festival na Bélgica.

Para fechar a noite, que contou com 27 músicas e durou pouco mais de duas horas, a outra parte da dobradinha conhecida por encerrar alguns shows, Yellow Ledbetter, com sua guitarra limpa e suave, que nos dava um tchau em forma de um abraço e um afago na cabeça, que seriam completados com os dizeres de Vedder para cada um cuidar um do outro e seguir em segurança. Ao final, fica um tom de até logo entre Brasil e Pearl Jam, um até breve para dois lados que pelo jeito, passa-se o tempo, mas a saudade e vontade de se reverem sempre se manterá.

(Foto por Dave Mead)

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ARTISTA: Pearl Jam

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).