Sete Nomes Que “Ganharam” O SXSW 2015

Artistas que lembrarão do festival como um ponto importante de suas trajetórias

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Courtney Barnett

Se tivesse que escolher um nome para destacar de todo o festival, provavelmente seria ela. Parece que todas as engrenagens funcionaram perfeitamente para a cantora e compositora australiana neste ano. Seu disco saindo um dia após o final do festival – mas sendo liberado para streaming um dia antes -, aparições em programas de televisão importantes como o da apresentadora Ellen Degeneres na mesma época, entre outros motivos, fizeram com que Courtney Barnett fosse um dos nomes mais disputados do festival.

Com um show preciso, sem espetáculos exagerados, mas extremamente empolgante e revigorante, seu nome circulava entre todos os cantos da cidade, onde o pessoal tentava se programar para vê-la pelo menos uma vez. Eu tive a oportunidade de vê-la em duas ocasiões, na primeira, tocando alguns bons hits de seus dois primeiros EPs e na segunda tocando no tradicional showcase da rádio americana NPR seu novo disco na íntegra – mas que segundo minhas contas não chegou até o final. As chances são grandes de Courtney atingir, mesmo que sem a intenção, alvos maiores nos próximos meses.

Torres

De todos os nomes desta lista, talvez tenha sido a minha maior surpresa. Já havia ouvido o som da jovem Mackenzie Scott algumas vezes e até mesmo assistido trecho de apresentações dela em algum outro festival, mas não tinha programado vê-la por aqui. No entanto, dia após dia vendo o nome dela entre os destaques de algum veículo, decidi investigar e fui surpreendido com uma apresentação crua, pesada e emocionada.

A roqueira – não encontrei palavra melhor para descrevê-la – tem um som acessível para fãs de um som mais garageiro, mas a sensação é de que seu trabalho é algo extremamente original e traz um frescor para o estilo, muito bem transportado para suas apresentações ao vivo. Ficou a vontade de vê-la em um show maior em algum momento.

Ibeyi

As gêmeas Lisa Kainde e Naomi Diaz impressionaram todo mundo com seu disco de estreia, criaram uma expectativa para suas apresentações ao vivo e não decepcionaram. Entre as redes sociais dos mais diversos jornalistas musicais presentes por aqui, só o que se via eram elogios à elas.

Tive o prazer de vê-las em uma de minhas casas de show preferidas da cidade, a Central Presbyterian Church, uma igreja, onde a projeção da voz delas impressionou, além da energia e da boa interação com o público durante a música, que se sentia inclinado a cantar os refrões, dançar e bater palmas o tempo todo. Fico muito curioso em saber que rumo será tomado por esse projeto tão promissor.

Natalie Prass

A cantora americana já vinha ganhando destaque após o lançamento de suas primeiras faixas, estando entre nossas principais apostas para este ano e após o lançamento do ótimo Natalie Prass, os elogios só aumentaram.

Por aqui, não havia um lugar em que a cantora fosse tocar – todos pequenos e portanto, mal escalados, obviamente – que não estivesse lotado. Pude ouvi-la em duas ocasiões diferentes, mas não pude vê-la em nenhuma, ouvindo tudo sentado do lado de fora.

Mesmo assim, o que mais me impressionou – mesmo sem estar no local de fato – foi o quão hipnotizante sua música é ao vivo. A voz doce e as melodias bem trabalhadas preenchem o local de um jeito único. Me parece um daqueles nomes que nunca crescerá demais, mas continuará criando expectativa por onde passar.

Shamir

A simpatia e presença de palco do jovem Shamir, já seriam boas credenciais para colocá-lo nesta lista, mas seu show durante a festa da NPR – e provavelmente todos os outros, muito elogiados também – estiveram entre as apresentações mais divertidas e descontraídas que já assisti.

Diferente do que eu imaginava, há muito pouca “afetação” disfarçada de atitude – o que é muito comum no estilo em que ele se encaixa – e só uma vontade enorme de divertir quem está ali e se divertir também. Um show dançante e agradável, daqueles que torcemos para não acabar.

Title Fight

Tanto Title Fight, quanto Viet Cong mereceriam um lugar nesta lista. Mas o falatório após a apresentação que vi, focada no ótimo disco Hyperview, foi tanto, que acabaram ganhando o posto.

Uma apresentação forte, enérgica, mas sem perder os detalhes das ótimas melodias criadas pela banda. A sensação foi muito parecida com a de assistir Cloud Nothings ao vivo, outra banda que consegue mesclar um Rock mais “barulhento” com melodias muito bem definidas e ainda conseguir transportar isso para os palcos de um jeito original e que só amplia as sensações que temos ao ouvir o disco.

Waxahatchee

Como já destacamos em um artigo neste ano, Waxahatchee é um nome que vem conquistando mais fãs a cada disco. Um daqueles nomes que utiliza de forma primorosa várias referências já conhecidas, mas imprime tantos elementos pessoais na música, que a torna original.

Prestes a lançar seu terceiro disco, a banda de Katie Crutchfield parece ter vivido seu grande momento no SXSW deste ano. Deixou de ser coadjuvante para protagonizar alguns eventos maiores, com seu show que consegue nos empolgar e nos chamar para prestar atenção em suas confissões ao mesmo tempo. Mesmo assim, a sensação é de que o grande momento de Katie ainda está para chegar.

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Autor:

Nerd de música e fundador do Monkeybuzz.