The Hives: energia, explosão e adrenalina em preto e branco

Com uma performance digna de traje de gala, banda faz um dos shows mais intensos do festival e Pelle se mostra um verdadeiro showman

Loading

Fotos: Fotos: Fernando Galassi/Monkeybuzz

Aqueles que já estavam em seu segundo ou terceiro dia de festival, mesmo que cansados, se sentiram contagiados pelo show do The Hives e não conseguiram ficar parados. Muita energia, interação com o público e discursos engraçados marcaram a volta da banda sueca ao Brasil após cinco anos desde sua última apresentação. Mas, pelos músicos, poderiam ter voltado antes e tocado para sempre, como disseram ao público do Lollapalooza na noite desse domingo.

Quem chegava para vê-los se deparava com uma tela com a imagem de Pelle com uma cara psicopática que figurava ao fundo do palco e que logo receberia um instrumental de piano bem macabro, criando um clima de expectativa ao mesmo tempo que arregalava os olhos do público. O primeiro a subir ao tablado foi o baterista Christian Grahn, que já mostraria o traje que a banda vestiria para fazer sua apresentação: de gala, com direito inclusive à cartola. Em meio ao som marcado da bateria, os demais integrantes subiram ao palco Cidade Jardim e deram início ao set com a incendiária *Come On!”, já fazendo o público criar altas doses de adrenalina a serem usadas pela próxima hora.

Almqvist se mostrou um verdadeiro showman. No curto tempo de apresentação que lhe foi destinado, soube fazer o público do Lollapalooza gritar, pular e bater palmas sem parar. Tudo isso em meio a pedidos de “Batam palmas” e “Obrigado”, em um português esforçado. E a interação não parou por aí, o frontman ainda teve energia para correr pelas laterais e pelo corredor central, subir em cima das caixas de retorno e do bumbo da bateria, além de fazer malabarismos com o microfone, tudo isso inúmeras vezes.

Beijinhos ao público, autógrafo em um vinil de um fã, apresentação cômica dos seus companheiros de banda, e roadies “ninjas” completaram os inúmeros eventos que ocorreram em meio às músicas, as quais foram escolhidas de forma bem equilibrada entre os álbuns, sendo metade delas do álbum da turnê, mas ainda contando com faixas dos três anteriores, incluindo os hits Hate to Say I Told You So, Die, All Right, Walk Idiot Walk e Try It Again.

Para finalizar o show, nada melhor poderia ser escolhido do que o megahit Tick Tick Boom, que fez o público ir ao delírio, pulando, levantando os braços e cantando a plenos pulmões, do jeito que The Hives gosta. Uma tentativa de fazer uma “explosão”, com o público sentando e pulando para um último “boom” foi pedida, mas foi frustrada, para uma leve tristeza da banda. A lama e o espaço já muito apertado impossbilitou a ação. Entretanto, a explosão veio mesmo assim, e desse modo terminava um dos shows mais animados de todo o festival e que não faria feio se fosse colocado como headliner.

Quando Pelle nos perguntou “Do you want some more?” (“Vocês querem mais um pouco?”), se referindo a mais canções, poderíamos dizer que sim, que queríamos muitos mais músicas e pirações por mais tempo, pois The Hives trouxe não apenas um show, mas fez jus ao seu figurino e deu ao público do Lollapalooza um verdadeiro espetáculo de se tirar o chapéu – ou melhor, a cartola.

Loading

ARTISTA: The Hives

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).