The Strokes encerra o Lollapalooza Brasil sustentado pela nostalgia

Banda de Julian Casablancas tocou seu álbum de estreia, ‘Is This It’, praticamente na íntegra

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Fotos: I Hate Flash / Lollapalooza Brasil

Complicada a tarefa de analisar uma apresentação como a de The Strokes no Lollapalooza Brasil. É preciso saber separar a qualidade do show em geral, de seu significado de para os fãs e da escolha da banda de Julian Casablancas como headliner do evento em 2017.

No primeiro ponto, a apresentação foi sofrível, mas nada além do que já era esperado. Dizer que The Strokes não é uma banda carismática é chover no molhado, mas a soma disso, ao atraso do show, à escolha de canções que não empolgaram muito os presentes – entre elas as do bom EP Future Present Past e o fim anti-climático com 80’s Comedown Machine e Hard To Explain (um dos meus singles preferidos) – deixaram a impressão ao final de que a expectativa era maior do que a realidade. Claro que Someday, Reptilia e Last Nite, no fim, farão tudo valer a pena, mas acredito que a plateia esperava mais singles recheando a apresentação.

No segundo ponto, The Strokes surpreendeu. Tocou seu álbum de estreia Is This It – pilar do Rock Alternativo deste milênio – praticamente na íntegra. Decisão que me fez ouvir faixas que nunca havia curtido ao vivo – pois não estiveram presentes nas outras passagens da banda por aqui – e preencheram o show de significado.

E foi justamente isso que parecia precisar o show de encerramento do Lollapalooza 2017. Após sair de um show atual como o de The Weeknd, a sensação de chegar a The Strokes era a de rever aquele velho amigo que não temos mais certeza se conseguirá se conectar com a gente da forma com que era antigamente. O que não costuma ser um problema quando este velho amigo é um Metallica, que continuará impondo presença onde aparecer. Mas no caso de Julian Casablancas e companhia, era tudo sustentado mais por nostalgia do que pelo espetáculo.

Que bom que The Strokes pode estar presente mais uma vez por aqui representando um som que está no DNA de um festival como o Lollapalooza. Mas ao mesmo tempo deixaram claro que já não possuem mais o mesmo significado pro público de hoje que tiveram algum dia.

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Autor:

Nerd de música e fundador do Monkeybuzz.