Win Butler (Arcade Fire) é DJ Windows 98

Apresentação do músico atraiu alguns curiosos e superou qualquer expectativa

Loading

Um mash-up de Beck e Kanye West e o fato de ser o líder de uma das maiores bandas da atualidade foram motivo o suficiente para criar certa expectativa em cima do DJ set que Win Butler, conhecido com Arcade Fire, faria na pequena área interna de uma casa de shows de Austin durante o festival SXSW.

Confesso que achava que a confusão seria maior, já que no dia anterior tentei ver Natalie Prass neste mesmo local e tive que ouvir do lado de fora. Mas o movimento não era tão grande, deu pra entrar, pegar um bom lugar e esperar um pequeno, mas bom público se formar.

Nas primeiras músicas, uma série de batidas étnicas com influências africanas esquentaram o ambiente. Win comandava tudo e era acompanhado por dois músicos na percussão e um outro nos sintetizadores. Todos vestiam algum tipo de fantasia engraçada e a atração principal usava seu chapéu e lenço cobrindo o rosto, como já foi visto anteriormente. Alguns poucos minutos foram o bastante para que os que estavam lá pelo hype, para dizer que foram e postar uma foto no instagram, se cansarem e irem embora.

Todo o set de Win me lembrou muito o que vi de James Murphy (LCD Soundsystem) – não por acaso, produtor de Reflektor – no sentido de não se preocupar em agradar a plateia e tocar sons conhecidos. Ele estava lá com o único objetivo de fazer todo mundo dançar, sem deixar muito claro se o projeto será algo recorrente ou apenas uma válvula de escape que nunca ganhará os holofotes.

O set de DJ Windows 98 passou pelos sons étnicos, partiu para a música Pop, bastante Hip-Hop e encerrou com o ótimo mash-up de Jesus Walks e Loser. Tudo extremamente dançante, divertido, com um destaque grande para a percussão, que parecia improvisada de acordo com as músicas escolhidas, mas, ao mesmo tempo, tudo com um toque mais cabeçudo, alguns efeitos na voz e algumas interferências interessantes que nos lembravam que por trás daquele computador era o cara do Arcade Fire que conhecemos.

Ser fã de Arcade Fire não garante que você curta o projeto, mas gostar de se divertir e de boa música me fez ter uma das experiências musicais mais divertidas que tive em muito tempo. O sorriso na cara dos poucos que ficaram até o final – a tempo de ouvir Sexual Healing, de Marvin Gaye – era nítido, principalmente no meu rosto e no do garoto de uns 15 anos que conseguiu dar um hi-five no vocalista de sua banda preferida.

Loading

MARCADORES: SXSW 2015

Autor:

Nerd de música e fundador do Monkeybuzz.