Sabe aquele disco lançado há algum tempo que você carrega sempre com você em iPod, playlist e coração, mas ninguém mais parece falar sobre ele? A equipe Monkeybuzz coleciona álbuns assim e decidiu tirar cada um deles de seu baú pessoal e trazê-los à luz do dia. Toda semana, damos uma dica de obra que pode não ser nova, mas nunca ficará velha.
In the Mountain in the Cloud
A descoberta de In the Mountain in the Cloud para mim não foi nada fora de época, mas certamente a descoberta da banda que o produziu o foi. Ter acesso à música de Portugal , The Man significou para mim primeiramente assistir o clipe de Sleep Forever e ficar absurdamente maravilhado com àquelas narrativas visuais e sonoras que me eram apresentadas em algum programa da MTV que já não me recordo mais o nome. Foram quase 13 minutos de uma experiência de imersão naquele universo desesperador do vídeo, que logo ao acabar me impulsionou a ir buscar na Internet mais sobre aquele grupo, até então desconhecido por mim, e sobre aquela obra do qual fazia parte – e que seria lançado dali a alguns dias, se minha memória não falha.
Lembro que os dias que seguiram após essa primeira exposição foram de um mergulho intenso na discografia do grupo e descoberta de diversos de seus álbuns antigos – alguns deles, como Waiter: You Vultures (2006) e Church Mouth (2007), que me despertaram certa curiosidade, por mostrar um som bem diferente, algo mais próximo o Rock Progressivo do que do Rock Psicodélico que a banda mostrava em seus últimos registros. Porém o que Sleep Forever me indicava, era que o disco seguiria um caminho mais próximo a American Ghetto, lançada um ano antes.
19 de junho de 2011 marcou a chegada de In the Mountain in the Cloud, que foi um tiro certeiro em conquistar novos adeptos – ganhando boas críticas nas resenhas e certo destaque com um novo público, que assim como eu, havia descoberto há pouco tempo. Muito disso veio também da maior acessibilidade da obra em relação às antigas e, é claro, da sua qualidade ímpar de trazer elementos psicodélicos a um terreno mais Pop e mundano. E vale lembrar que na época, o maior sinônimo de psicodelia Pop era talvez o MGMT, grupo que se desgastava com seu segundo álbum, Congratulations.
Nos meses seguintes, surgiram novos clipes para continuar a promoção do disco. O primeiro deles, So American, passou batido por mim, com sua narrativa mais simples focada em imagens da banda. Já com o vídeo para All Your Light a história foi outra. Sabe aquele sentimento de perplexidade que eu descrevi quando vi Sleep Forever na TV? Com ele foi quase a mesma coisa. Música e imagem colaboram um com o outro para mostrar uma narrativa bizarra de horror bastante instigante.
E se os dois anos que separam o lançamento de In the Mountain in the Cloud para o de Evil Friends mudaram mais algumas coisas no som do grupo, certamente não mudaram sua habilidade em criar clipes visualmente interessantes e que servem como anzol para novos ouvintes serem fisgados pela sua música.