A Origem e Evolução da Distorção

Como surgiu e se comercializou um dos elementos marcantes do Rock e como isso chegou às mãos dos músicos amadores através da popularização dos pedais

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Um elemento que já virou comum na música, especificamente no Rock e suas vertentes, é a distorção, um elemento sonoro que tem tudo a ver com a atitude rock‘n’roll. Seu surgimento, evolução, comercialização e adoção pelos diferentes estilos contribuem cada vez mais com a música feita em nosso tempo, se tornando uma de suas maiores características.

A busca pela experimentação de novos sons sempre foi algo que os músicos e produtores buscaram, e o “descobrimento” da distorção não foi algo diferente. No final dos anos 40 os estúdios possuiam grandes gravadores de fita de rolo, que eram responsáveis por um registro físico do som. Eis que os produtores viram ali uma oportunidade de se mexer no som gravado, dando efeitos a ele. As alterações na fita resultavam em alterações que agradavam e soavam com a agressividade e rebeldia que se queria passar como identidade do Rock.

Com esse primeiro passo, outros entendedores de eletrônica e de música foram se aventurando a criar aparatos que proporcinonassem alterações sonoras. Microfones foram usados para se conseguir ecos e reverberações e até mesmo um trêmulo a base de água foi inventado, mas que não era muito prático. Mais adiante, essas inovações chegariam aos amplificadores e cairiam no gosto dos músicos.

Mas, no geral, para se obter essas distorções e alterações, eles se pautavam no básico: aumentar ao máximo o som dos amplificadores. E foi assim que Link Wray, guitarrista de Surf Rock/Rockabilly dos anos 50, fez para obter o som pesado e agressivo em Rumble de 1958, que serviu de influência para grandes músicos como Pete Townshend, Jimi Hendrix, Eric Clapton, Jimmy Page e Dave Davies.

Davies, guitarrista do The Kinks, foi o responsável por tornar a distorção mais comercial. Tudo devido a sua atitude tida como rebelde na qual pegou uma lâmina e rasgou os alto falantes de seu amplificador para obter um som distorcido para a faixa You Really Got Me em 1964.

Assim, o Rock ganhava um aditivo que se tornou parte do seu som e que agora fazia sucesso entre os fãs, e que logo se tornou comercial tendo empresas como Marshall, Fender, Warwick e Boss que começaram com a produção de aparelhos que possibilitavam a distorção do som. Dava-se início ao que viriam a ser os pedais.

Com a diversificação desses aparatos, cada estilo de música foi se familiarizando com as necessidades que procurava para compor seu som e, assim, os estilos foram ganhando pedais típicos. O Metal e o Grunge com a distorção pesada: Shoegaze com o Fuzz e o Reverb, o Progressivo e o Psicodélico com o Delay e Chorus, o Grunge e o Rock Alternativo com o Overdrive, além dos pedais técnicos de equalização e simulação.

No começo, o foco total era as guitarras, mas isso mudou. O baixo também ganhou sua vez no mercado de pedais, ganhando efeitos adaptados para o instrumento, que apresenta diferenças eletrônicas e, é claro, de som.

A distorção e suas variações acabaram se tornando essenciais no Rock em geral. É difícil ouvir uma banda de hoje em dia que toque com o som limpo, sem nenhuma modulação e alteração. O enorme mercado dos pedais esta aí mostrando a sua importância e relevância para a música. O mais importante é a liberdade que eles dão ao músico para produzir o que deseja quebrando com algumas restrições de antes.

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MARCADORES: Distorção, Pedais

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).