A sensibilidade Folk de Daniel Rossen

Músico, mais conhecido por sua participação no Grizzly Bear, mostra outras faces em seus projetos paralelos que mantém o Folk como a principal estrada a ser seguida

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Se você não conhece este nome, pelo menos sua voz lhe deve ser familiar: Daniel Rossen traz toda sua sensibilidade Folk em três ótimos projetos, todos alcançando certo sucesso e encantando a quem ouve de forma muito única. Nesse ano, Daniel lançou dois bons trabalhos: Shields, com sua banda Grizzly Bear (seguramente a que é mais conhecida pelo público) e o pequeno EP Silent Hour / Golden Mile, seu primeiro trabalho solo, que nasceu a partir de rascunhos de seu primeiro grupo Departament of Eagles.

Seu envolvimento com a música data de 2000, quando começou a produzir e escrever algumas canções com seu colega de quarto Fred Nicolaus em seu primeiro ano de faculdade. A dupla, que inicialmente recebia o nome de Whitey on the Moon UK, foi posteriormente rebatizada como Departament of Eagles. A partir daí o músico não parou de escrever e vem revelando, disco após disco, suas letras profundas e seu talento como multi-instrumentista, que só cresce com o passar do tempo.

Durante esses mais de dez anos de carreira, Daniel entrou para o Grizzly Bear e em mais uma bela parceria, com Ed Droste, pode mostrar mais uma de suas facetas. Outro ângulo de sua produção está presente em seu trabalho solo e, se juntarmos as três carreiras e examiná-las, vamos perceber que mesmo seguindo o Folk como rumo principal, cada um de seus projetos segue em uma trilha diferente da outra ao mesmo tempo.

Experimental

Seus primeiros anos como músico foram os mais excêntricos e de maior aprendizado. Ao lado de seu companheiro de Departament of Eagles, Rossen lançou uma serie de EPs ambiciosos que continham entre suas principais inspirações músicos como Van Dyke Parks e Paul McCartney. Tendo o Folk como espinha dorsal de seu trabalho, a dupla ainda brincava com samples, elementos eletrônicos e efeitos computadorizados para criar suas músicas, que tinham certo aspecto de sinfonia Pop.

Em 2002, a banda lançou seu primeiro EP, Mo’ Tussin, pelo selo Isota Records. Gravando regularmente, o duo fez uma série de EPs nos anos seguintes e, mesmo depois da entrada de Daniel para o Grizzly Bear, continuou produzindo com certa regularidade. Em 2008, finalmente foi lançado seu primeiro disco. O excelente In Ear Park, agora pelo selo 4AD, foi o grande responsável por aumentar não só a fama do grupo, mas também a de Rossen.

Freak

Daniel entrou para o Grizzly Bear somente durante as gravações do segundo disco e, além de sua contribuição com instrumentista, fez uma ótima parceria lírica com Ed Droste, fundador do grupo e responsável por quase tudo em Horn of Plenty (2004). Mais uma vez trabalhando como uma dupla, Daniel trouxe a Yellow House (2006) muito de seu lirismo e belos arranjos, tornando este disco um dos grandes destaques daquele ano e fazendo muita gente começar a prestar atenção no quarteto.

Um fenômeno interessante que acontece com o Grizzly Bear é que, mesmo sendo “freak”, por levar o experimentalismo visto na Departament of Eagles um passo adiante, a banda tem uma aceitação com um público muito grande. Isso pode ser visto em seus dois últimos lançamentos, Veckatimest e Shileds, que exploram o Folk, cada um de uma forma diferente, e descobrem nele formas de reinventar o estilo, sem perder o apelo popular ou suas raízes.

Folk

Mais uma faceta de Rossen foi revelada durante esse ano. Seu primeiro trabalho solo, o EP Silent Hour / Golden Mile, traz uma proposta mais urgente e mais enraizada no Folk. Ele explora menos elementos e menos ideias, mas os entrega de uma forma estrondosa, forte e mais potente que em qualquer outro disco que o músico já tenha produzido. As cinco faixas do pequeno EP contam com uma instrumentação densa e uma maior profundidade lírica, em uma espécie de mantra que fica se repetindo em seu decorrer.

O EP nasceu de alguns rabiscos que o músico tinha para o Departament of Eagles, mas, ao tentar explorar um de seus lados que até então não tinha exercitado, Daniel começou a gravar sozinho suas músicas, não só os vocais e o violão, mas grande parte dos instrumentos. O resultado é um trabalho de pouco mais 23 minutos de um Folk muito bem orquestrado que vai direto ao ponto e que mostra de Daniel Rossen sabe se virar muito bem quando trabalha sozinho.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts