Afinal, o Que Esperar da Possível Reunião de The Last Shadow Puppets?

Alex Turner e Miles Kane podem estar próximos de gravar mais uma vez juntos, talvez não com este mesmo nome, porém dando continuidade a parceria que rendeu um ótimo álbum lá em 2008

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Semana passada, mais uma vez, surgiram indícios que uma reunião entre Alex Turner e Miles Kane poderia ocorrer em breve. Talvez não como o *The Last Shadow Puppets, porém novamente a dupla que criou um dos melhores discos de 2008 se reuniria.

Essa reunião já foi ensaiada em 2010, 2012 e para 2014 espera-se que ela finalmente aconteça. Se até agora o que a impedia era incompatibilidade de agendas – e neste período, Alex lançou mais três álbuns com o Arctic Monkeys e ainda a trilha sonora de Submarine e Miles desfez sua banda The Rascals e iniciou sua carreira solo, lançando desde então dois álbuns e mesmo número de EPs – , agora parece que que as coisas podem sair do papel. Ainda que essa pausa em suas respectivas carreiras não esteja agendada para agora, há grandes chances que ela ocorra em futuro mais próximo do que imaginamos (como pode também não acontecer novamente).

Mas e agora, o que esperar de uma reunião tão aguardada como essa? Seis anos se passaram desde o lançamento de The Age of the Understatement e a dupla já não é mais a mesma. Além de estarem, é claro, seis anos mais velhos, Alex e Miles passaram por muita coisa em suas vidas e carreiras.

Se em 2008, Alex dava seus primeiros passos rumo ao Humbug e Miles preparava o lançamento de Rascalize, o primeiro e único disco do The Rascals, hoje, a dupla já não trabalha nos mesmos moldes e certamente já não tem mais as mesmas influências que tinham na época. É só comparar estes com os trabalhos mais recentes de cada um e não vai ser muito difícil vocês perceber isso.

Turner

Na época

Agora

Kane

Na época

Agora

The Age of the Understatement é resultado de referências bem demarcadas (Scott Walker e David Bowie são as principais) e circunstâncias muito especificas. A mão do quinto Arctic Monkey ou do terceiro Shadow Puppet, o produtor James Ford, também ajudou muito no resultado final, gerando um álbum que a grosso modo não faz tantas referências ao Indie Rock praticado pela dupla na época. Com toques Waker e Bowie, ainda cabia nessa mistura um pouco de The Beatles e mais um tanto de Rock Progressivo dos anos 70; além é claro da forcinha de Owen Pallett um conjunto de cordas, metais e percussão (da London Metropolitan Orchestra) que deram uma unicidade ainda maior ao que ambicionava a dupla incialmente.

Não à toa, o álbum chegou ao topo das paradas em diversos países e ficou entre as primeiras posições em mais tantos outros – além de levar para casa alguns prêmios e concorrer a mais alguns outros. Certamente, um disco ímpar na carreira dos dois.

Sob as novas circunstâncias, duvido muito que a dupla aposte em um repeteco do foi este disco de estreia. Moldado em uma nova década e um novo período da carreira de ambos, esse é um disco que pode se esperar o inesperado e agora não há o menor indicio de como ele soará, exatamente por que o projeto se tornou tão diferente do que o duo produzia na época. Ainda assim, a parceria chama a atenção por si só, mesmo sem que de fato haja uma previsão de quando ela virá.

Esperamos que a parceria entre os dois amigos renda mais que participações um nos discos do outro e volte, na forma que for, a render um projeto autoral de ótima qualidade, assim como o The Last Shadow Puppets foi (ou que ainda é).

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts