Arcade Fire: Dez Anos de “Funeral”

Cinco “buzzers” comentam todas as faixas do disco, que completa dez anos

Loading

Para muitos, uma das maiores bandas do mundo nasceu em Funeral em setembro de 2004. Foi com seu primeiro álbum que Arcade Fire atingiu o posto de um dos grupos mais queridos da década que se seguiu a partir dali.

Nossas comemorações do aniversário do disco começaram há meses, com um artigo na coluna Fora de Época e, principalmente, com a chance de ver a banda ao vivo no Lollapalooza Brasil. Porém, sempre há mais o que se dizer de uma obra tão marcante. Foi quando cinco de nossos buzzers decidiram comentar cada uma das músicas do álbum, provando que ele não deve nunca sair de nossas bibliotecas.

Funeral é sobre virar adulto, sobre suas raízes, sobre paz, sobre medo e, como Win Butler nos contou, sobre saudades. Mate um pouco delas conosco.

Neighborhood #1 (Tunnels)

“Essa é uma das músicas que mais me trazem lembranças da infância. Ela traz um sentimento de crescer com amor, com um toque sensível em sua essência, como o imaginário infantil. Os medos, inseguranças, lembranças e a saudade de amigos e familiares, são as falas puras de uma criança descobrindo o mundo” (por Maynara Fanucci)

Neighborhood #2 (Laika)

“Todo mundo conhece um cara que não tem problemas em cortar as raízes para partir em uma jornada solitária e alheia a tudo o que conhece, só pra se dar conta de que a felicidade sem compartilhamento não é de verdade, mesmo que a companhia doa. Somos todos um pouco Alex” (por André Felipe de Medeiros)

Une Annee Sans Lumiere

“O despertar de um novo dia é acompanhado por um passeio de bicicleta pelas ruas no imaginário bairro do disco. Enquanto tentamos encontrar esperança em cada esquina, vamos sumindo aos poucos nos riffs de guitarra até que, subitamente, o tempo se acelera. Estamos motorizados caminhando rumo à festa que Funeral propõe no luto” (por Gabriel Rolim)

Neighborhood #3 (Power Out)

“Agitada e ambígua, a faixa mostra em suas letras certo pessimismo, disfarçando algo nas entrelinhas. O instrumental contribui para criar sua aura obscura, que ganha ainda mais peso com versos como “Kids are dyin’ out in the snow / look at them go, look at them go!” (por Nik Silva)

Neighborhood #4 (7 Kettles)

“A sensação é de que a especialidade de Win Butler é musicar de maneira definitiva alguns dos nossos sentimentos mais profundos – neste caso, a incerteza do que virá pela frente em nossas vidas. A delicadeza e a emoção presentes na última das quatro Neighborhoods é marcante” (por Lucas Repullo)

Crown of Love

“Essa música fala sobre amor e indiferença, e cada parte dela fala comigo num sentido muito profundo. Sinto que é uma declaração pura sobre amar alguém a ponto de perder-se dentro de si mesmo. E então, vem o sentimento e a tentativa de lidar com a perda depois desse alguém ter te deixado” (por Maynara Fanucci)

Wake Up

“Acorde pra vida, porque ela passa (e rápido!). Acorde pra sonhar, sonhe pra viver. Pode se cansar, deve descansar. Cresça pra ser a criança que você merece ser. Faça, seja, planeje. Mas desfrute – isso sim é imperativo, isso sim é o máximo” (por André Felipe de Medeiros)

Haiti

“A ilha e suas belezas naturais estão escancaradas na psicodélica faixa, que passa mistério e suspense na interpretação de Régine. Existe um paradoxo curioso entre a alegria letárgica de sua melodia e sua letra pesada que acaba servindo de ingrediente especial ao momento mais ensolarado dos canadenses” (por Gabriel Rolim)

Rebellion (Lies)

“Aqui, os sonhos são usados como uma metáfora de um escapismo de nossa realidade. Como se fugíssemos para o mundo dos sonhos para evitar as mentiras que são despejadas em nós todos dias. De qualquer jeito, somos enganados, não importa se estamos dormindo ou acordados” (por Nik Silva)

In the Backseat

“Aquele medo de encarar alguns desafios da vida é perfeitamente traduzido pela metáfora do banco de trás do carro e pelos violinos que acompanham a voz de Régine Chassagne nesta faixa que transforma até uma unha encravada no momento mais emocionalmente intenso que você já passou” (por Lucas Repullo)

Loading

Autor: