O Rock, acima de um estilo musical, sempre foi mais do que música: foi um meio de expressão social, política e artística. E um dos estilos que mais correspondem a essa pulsação artística com um olho na frente e um toque de avant-garde é o Art Rock
Foi no final dos anos 60 e começo dos anos 70 que o estilo ganhou notoriedade. Bandas como Jethro Tull e The Moody Blues se destacaram e foram responsáveis por dissipar essa sonoridade. Sonoridade essa que era um mix composto pelo Progressivo, que já marcava a época com Yes, King Crimson e Genesis, entre outras, com elementos do Jazz, Fusion e Experimental, este representando o toque vanguardista dos artistas da época. Essa mistura dava em um som complexo e de longas durações, muitas vezes trazendo histórias em suas letras ou até mesmo construindo um disco inteiro pautado em uma só temática. Eram os discos conceituais.
Eles traziam uma carga teatral e artística bem forte para o Art Rock, apresentando faixas dignas de óperas com variações de tempo, compasso e ritmo que davam um incrível dinamismo à obra, que percorria longos minutos – característica forte do Rock Progressivo. Esse jogo musical era dado por cada artista de sua maneira, o que resultava na carga experimental das músicas.
Muitos, ao menos, já ouviram falar de Aqualung, disco de 1971 da banda britânica Jethro Tull que narra a hisória de seis personagens ao longo de suas 11 faixas. Pode se dizer que este disco é um, ou até mesmo “o” marco, do Art Rock.
Jethro Tull é uma banda que utilizava instrumentos barrocos, como flauta transversal, mellotron e bandolim. Essa é mais uma característica do gênero: a retomada do clássico e do complexo, rebuscado. Junto a isso, há a teatralidade nas apresentações com a utilização de figurinos que retratam personagens da obra ou a temática central.
O Art Rock perdurou simultaneamente com o Progressivo pela década de 70, até perderem forças para o Hard Rock e o Heavy Metal. Contudo, deixou marcas no mundo da música atual. Se hoje temos bandas que produzem um som Experimental, isso deve-se muito ao Art Rock, da mesma maneira que temos artistas que vem retomando o Progressivo e o Pop Barroco e produzindo discos conceituais.
Arcade Fire, com seu Indie Pop barroco, “orquestrado” e clássico, Django Django, com o seu experimentalismo artístico, Field Music, praticamente trazendo um revival só que mais brando e Pop, e até mesmo o Muse, atacando com faixas conceituais, são evidências da importância e do marco que o Art Rock teve e ainda terá no mundo da música.
Viva a música, viva a arte.
Discografia Básica
Jethro Tull – Aqualang The Moody Blues – A Question Of Balance
Discografia Atual
Field Music – Plumb Arcade Fire – Funeral Django Django – Django Django Muse – Resistance