Aumenta o som: The Vandelles e seus Noise e Surf

Uma banda novaiorquina para quem gosta de The Raveonettes e A Place to Bury Strangers, mas também curte Surf Rock, que chega com aval de Jesus and Mary Chain e tem tudo para despontar

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Muitas bandas estão por aí no underground do já underground, mas cada vez menos Indie (o que é bom), não sendo tão expostas – o que acaba sendo uma pena, visto que muitas delas estão fazendo sons de primeira qualidade, chegando a participar de festivais com bandas relativamente conhecidas, ou até abrindo shows para grandes nomes da música. É justamente esse o caso da The Vandelles.

Vindos do Brooklyn, em Nova York, a banda é um trio em sua formação ao vivo, tendo mais um integrante em estúdio. Ela faz um mix sonoro de primeira, juntando o Noise Rock com o Shoegaze e leve pitadas de Surf Rock. Melhor exemplificando, pegue uma tigela e coloque The Jesus & Mary Chain, The Raveonettes, A Place to Bury Strangers e umas doses de Beach Boys ou Roy Orbinson. A uma primeira vista, pode até parecer estranho, mas tenha certeza que a mistura é boa. Peso, nebulosidade, guitarras distorcidas e ora dedilhadas compõe o som da banda.

Como dito antes, o The Vandelles estava como banda de abertura para um certa banda que está em turnê. Quem? “Apenas” Jesus & Mary Chain, a banda que influenciou uma quantidade vasta de bandas de Shoegaze, pra não dizer todas. Inclusive, em um dos shows do JMC, a baixista do Vandelles, Lulu Lapin, foi convidada a tocar a clássica Just Like Honey no palco. Bom, abrir turnê e ser chamada para tocar no palco com os caras não é pra qualquer um. Está aí uma prova de que vale a pena ouvir o som do trio.

Para provar a qualidade da banda, basta ouvir os seus dois LPs, Del Black Aloha, lançado em 2009, e o segundo e recém-lançado Strange Girls Don’t Cry. O primeiro disco é simplesmente uma porradaria sem tamanho – no bom e musical sentido. Ele retrata todas as influências da banda em canções que possuem o peso e o Noise na medida, sem extrapolar o limite do “barulho pelo barulho”. A faixa de abertura, Dash N’ Dive dá as “boas vindas” de maneira impecável. Daí, não tem mais como dar o pause, ainda mais depois de passar pela também ótima Lovely Weather.

Strange Girls Don’t Cry é um disco bem interessante. Podemos traduzí-lo como radiante, mais brando que o anterior e com um ar clássico sessentista. Mas, é claro, a identidade da banda ainda é percebida nas faixas, porém percebe-se uma alteração no som. I’m Way Ahead of You e Good Boys Don’t Lie traduzem isso respectivamente.

Seja com um som mais pesado lá de 2009, ou com algo apenas mais “ensolarado com nuvens” do disco novo, os discos do The Vandelles resultam numa combinação perfeita para quando se quer ouvir algo mais pesado ou mesmo um som até mais calmo, mas com aquele toque de noise. Uma boa dupla de álbuns para deixar no iPod.

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Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).