Cage The Elephant: O Elefante Multicolorido

Prestes a lançar seu novo disco, relembramos um pouco a curta obra do quinteto para saber o que esperar desse lançamento

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Cage The Elehpant é o tipo da banda que prova que a quantidade de discos lançados não é necessariamente proporcional à qualidade musical escutada. Com apenas dois discos lançados, e prestes a divulgar o seu terceiro trabalho, o quinteto americano mostrou desde muito cedo como fazer um Indie Rock bem enérgico e agitado, bebendo de fontes como Punk, Grunge, Noise e até mesmo Psicodelia. Então, aproveitando que a banda está voltando com tudo nesse terceiro disco, o Monkeybuzz preparou um pequeno guia para você redescobrir a curta obra e ir se aquecendo para o que vem aí.

Antes disso, vale um pequeno histórico da banda. Ela nasceu como Perfect Confusion em 2006, mas pouco tempo depois ganhou o nome pela qual é conhecida hoje. A recepção e sucesso do quinteto começaram a crescer intensamente após a apresentação dele no festival South By Southwest, em 2007 (fato que lhe rendeu um contrato automático com a gravadora). A partir daí, os músicos se mudaram para a Inglaterra e começaram a trabalhar no seu primeiro disco.

Cage The Elephant (2008)

O primeiro disco da banda foi extremamente bem recebido pela crítica. O que nos foi apresentado nesse registro é a sonoridade que foi mantida no seu sucessor. Ou seja, Cage The Elephant em sua essência. Um disco influenciado por muito Rock Clássico, Funk e Blues, a explosão de energia que ouvimos é admirável. Essa mistura de elementos precisos de estilos diferentes, feita de uma forma bem estruturada e coesa, justifica a recepção que o registro teve na mídia. Outro fator interessante do disco são as linhas vocais do vocalista Matthew Schultz. Elas são melódicas, mas em determinado momento ele parece estar cantando versos no melhor estilo Rap, de uma forma rápida e com uma interpretação sonora bem fiel ao que as letras expressam. Como por exemplo na primeira faixa, In One Ear (“And I’m a phony in disguise, Tryin to make the radio, I’m an anti-social anarchist dyslexic so and so”) em que o vocalista assume a agressividade em narrar a hipocrisia das pessoas não escutarem as coisas. Ou até mesmo o vocal bem estilo Blues e dramático que ouvimos na faixa Back Stabbin Betty (“Poor guy that man John Thomas, His woman truly was a devil, And she wasn’t all that honest, She tore him down on every level”).

”Thank You, Happy Birthday” (2011)

Três anos depois, a banda anunciou o seu segundo disco. Agregando um elemento Pop à mistura já conhecida da banda, mas não o sobrepondo às demais partes, o disco foi igualmente bem recebido pelos fãs que queria escutar mais daquela energia elétrica presente no primeiro disco. Uma das coisas também mais bacanas desse disco é a incorporação de outros instrumentos às faixas, indo além do trinômio Rock bateria-guitarra-baixo. Em Around My Head, temos o tema da voz acompanhado por um kazoo (uma espécie de apito que distorce as vibrações de sua garganta), em Indy Kidz temos um sintetizador, em Japanese Buffalo um piano infantil, e por aí vai. Foi com esse disco que a banda se apresentou na primeira edição brasileira do festival Lollapalooza, em 2012.

Com o anúncio do single Come A Little Closer, a banda pode mostar ao público uma face mais séria de sua sonoridade. Isso pode ser uma coisa boa, afinal repetir a mesma fórmula no novo registro pode se configurar meio entediante. Seja como for, a banda nos mostra que caminha para inovar o som sempre, portanto podemos esperar um disco bom. Enquanto isso, recomendamos que vocês escutem os dois discos de estúdio juntamente com o novo single, isso deve acalmar um pouco os ataques de ansiedade pelo novo disco.

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MARCADORES: Redescobertas

Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique