Captured Tracks: Cinco Anos De Um Dos Mais Relevantes De Nova Iorque

Localizado no Brooklyn, selo nova-iorquino criado por Mike Spiner em apenas cinco anos conseguiu se tornar um dos mais relevantes da atualidade

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Em 2013, um dos selos mais relevantes dos últimos anos, a Captured Tracks, completou apenas cinco anos, mas já com muito que comemorar nesta meia década de existência. Criado por Mike Sniper no bairro nova-iorquino do Brooklyn em 2008, o selo neste pouco tempo de vida conseguiu juntar nomes incríveis, alguns deles donos de álbuns que já figuraram em nossas listas de melhores do ano ou revelações do ano – e creio que muitos deles não sejam exatamente novidades para você que acompanha o site; ainda assim vale a pena revisitar um pouco do selo já nos proporcionou.

Com uma curadoria impecável, Mike e sua turma selecionaram nomes que dividem sim algumas semelhanças sonoras (e um olhar mais cuidadoso ao catálogo, você logo vai perceber que a vibe retrô sonhadora está presente em muitas das obras lançadas pela gravadora), mas, sobretudo, a principal característica em comum entre esses artistas é estar começando agora e não ter lançado ainda nenhum material físico ainda. Como uma espécie de aposta, Spiner investe no que acredita poder dar certo e simplesmente espera ter um bom resultado de volta. Pode parecer loucura gerir um negócio assim, mas até então o faro do curador para novos talentos não falhou e é ele que mantém o catalogo tão completo e interessante como o que a Catured Track tem.

Apesar de não ser a primeira a banda a assinar com Mike, o Beach Fossils é uma das bandas mais importantes do selo, seja pelo status alcançado com seu segundo álbum, o ótimo Clash The Truth ou ainda por gerar outras tantas bandas de projetos paralelos de músicos que já participaram de sua formação. Do grupo comandado por Dustin Payseur, o guitarrista Zachary Cole Smith (formando o DIIV) e o baixista John Pena (criando o Heavenly Beat) debandaram e formaram seus próprios projetos, ambos posteriormente agregados ao catálogo do selo.

Além destes, o Beach Fossils também já trabalhou com outro destaque do selo, o Wild Nothing (no EP What a Pleasure, de 2011). Jack Tatum foi o responsável por um dos mais belos discos do ano passado (e um dos mais belos exemplares de Dream Pop já lançados). Estou falando do Nocturne, é claro. Além de seu segundo álbum, lançado em 2012, neste ano o músico voltou com um pequeno EP também recheado de ótimas músicas.

Seguindo essa mesma linhagem do Dream Pop/Indie Pop, há também expoentes da nova safra, como Craft Spells, Widowspeak e Blouse, que recentemente lançaram seus discos pela gravadora. Cada um em seu terreno, todas sabem explorar muito bem elementos diferentes do estilo.

Mas não só os nomes americanos que fazem parte da proposta do selo. Nomes vindos de muito longo do Brooklyn também incrementam o catálogo da Captured Tracks. Caso do canadense Mac Demarco (dono do ótimo 2, lançado no ano passado) e também o quarteto sueco Holograms, banda que já acompanhamos há algum tempo. Um no Rock Alternativo outro no Post-Punk Revival (respectivamente), os dois projetos agregam bastante à proposta do selo.

Outro destaque do selo é a reimpressão de diversos álbuns do Indie Pop do Reino Unido vindos da década de 80 (como The Cleaners From Venus) e recentemente uma leva do Shoegaze também tem merecido a atenção de Mike (estão inclusos neste pacote todo o catálogo da Medicine, além de seu mais recente álbum, lançado neste ano).

Seja com novas ou antigas apostas, Mike Sniper e companhia parecem não errar e trazer ao selo somente nomes que conseguem criar (boas) novidades para o mundo da música e fazer da Captured Tracks um dos selos mais interessantes da atualidade – e faz isso somando apenas cinco anos. E que outro selo conseguiria um time tão estelar quanto este para tocar em sua festival (festa) de aniversário?

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts