Charli XCX: Entre iPods e Pistas

Badalado nome do Pop contemporâneo está prestes a lançar seu segundo álbum

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Charlotte Emma Aitchison é Charli XCX, cantora britânica de apenas 22 anos que se tornou nos últimos tempos um dos nomes mais bem falados no meio Pop/Alternativo. Se você a conheceu com o single Boom Clap ou mesmo com seu debut, True Romance, lançado no ano passado, saiba que a cantora começou a fazer música muito antes destes lançamentos bombarem nas baladas e rádios ao redor do mundo. Então, antes de falarmos do presente ou do futuro da moça, que em 16 de dezembro lançará seu segundo álbum, Sucker, vamos retroceder no tempo e contar um pouco da carreira de Charlotte antes de se tornar Charli.

Começando a escrever bem cedo, a cantora tinha somente quatorze anos quando suas primeiras faixas e demos começaram a pipocar no MySpace. O caminho entre a Internet e os palcos não demorou a ser percorrido e ainda em 2008, a jovem começou a se apresentar em algumas raves ilegais em sua terra natal. Nessa época, as músicas que mais se destacaram foram !Franchesckaar (que foi parar em seu “primeiro” álbum) e o single Emelline/Art Bitch.

As tendências da Pop da época eram outras, então, contrastar essas faixas com o que Charli faz ultimamente gerará uma disparidade bem grande. Ainda assim, é interessante ver que mesmo muito jovem, a cantora já demonstrava um bom faro pro Pop, apesar do claro despreparo e da ingenuidade inerentes a idade. Essas músicas fariam parte de seu álbum de estreia, 14, que mesmo finalizado, nunca viu a luz do dia. Algumas poucas cópias foram distribuídas, mas (felizmente) o disco nunca chegou a ser lançado comercialmente. Se quiser matar a curiosidade, vá em frente e dê o play no vídeo logo abaixo, ele certamente será surpreendente para você que conhece só a nova fase da cantora.

Alguns anos se passariam até que a cantora voltasse aos holofotes e fizesse mais um lançamento. Nesse meio tempo, ela apareceu em duas colaborações, com Starkey (em Lost In Space) e Alex Metric (End Of The World), ensaiando uma volta e se revelando novamente ao público. Em 2011, finalmente a dobradinha Stay Away e Nuclear Seasons surgiu (músicas que também apareceram em True Romance). Esses foram seus primeiros singles em quase três anos e mostrariam uma artista mais madura e com uma técnica vocal expressivamente melhor. Agora, com o respaldo do produtor Ariel Rechtshaid (que já trabalhou com nomes como Sky Ferreira, Haim e Vampire Weekend), a moça tinha muito mais a mostrar, em faixas mais sólidas e de um Pop mais potente.

Foi a partir daí que Charli começou a despontar no meio Indie e passou a criar o público que a seguiria em seus próximos lançamentos.

Esses singles seriam os primeiros aperitivos para seu (verdadeiro) disco de estreia, que por diversos atrasos acabou sendo lançado somente no ano passado. Todo esse período, que se estendeu desde o fim de 2011 até o lançamento do álbum, foi preenchido por muita expectativa e pelo incremento significativo do número de fãs da música de Charlotte.

Com uma obra Pop que flerta com o Eletrônico e com sonoridades dos anos 80, Charli está junto de outros nomes do cenário atual, como Chlöe Howl, Sky Ferreira, Solange e Laura Welsh, na primeira linha da música Pop feita de nossos tempos. True Romance é um disco bem variado e traz um misto de refrões pegajosos, grande versatilidade vocal e músicas minuciosamente bem produzidas. Aquele álbum que não demora em prender na sua cabeça e que fez seu caminho até as rádios e pistas de dança muito facilmente.

De abril de 2013 (mês de lançamento de True Romance) até agora, a moça continuou diversificando seus caminhos e apresentando novas faixas, como Boom Clap que, junto ao filme A Culpa é Das Estrelas, fez um enorme sucesso e acabou sendo um cartão de visita para o público que não a conhecia ainda. O grande sucesso do single fez com a cantora repensasse a estratégia de marketing usada em segundo álbum, o que a fez adiar o lançamento, originalmente previsto para 3 de novembro. Vale lembrar que a cantora participou também da trilha de Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, que tem curadoria assinada por ninguém menos que a cantora neozelandesa Lorde.

E por falar em apresentar sua música para diferentes audiências, Charli participou do hit Fancy, de Iggy Azalea, que desde o começo do ano tem aparecido com uma frequência assustadora nas mais variadas pistas de dança. Mas, convenhamos, é impossível não balançar o corpo quando essa faixa está tocando.

Desde então, a moça esteve trabalhando também em divulgar suas própria músicas e em praticamente todos os meses que sucederam o lançamento de Fancy, havia pelo menos uma notícia de Charlotte em nossas páginas, seja uma faixa nova, um clipe ou uma apresentação na TV. Tanto que músicas como London Queen e Gold Coins, além de Boom Clap, Breaking Up e Breaking The Rules já são conhecidas pelo público mesmo antes do lançamento da obra. E para aumentar um pouco mais a expectativa em relação a Sucker, vale lembrar que Rivers Cuomo (Weezer) e Rostam Batmanglij (Vampire Weekend) participarão do álbum.

Sucker, ao que tudo indica, deve ser ainda mais variado e Pop que o primeiro lançamento de Charli e mais uma vez, muito bem produzido e preparado para transitar entre iPods e pistas. Até lá (daqui a pouco menos de duas semanas) só nos resta esperar para ver o resultado.

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ARTISTA: Charli XCX

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts