Cinco Discos Mais Frios que o Inverno

Agasalhe-se e aproveite nossa seleção com álbuns que gelam até a alma

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O inverno chegou mais cedo em várias regiões do Brasil, mas alguns discos já trouxeram o frio nessa temporada. Tá certo que tem música que te aquece como uma fogueira, um cobertor ou mesmo um abraço apertado, só que essas aqui conseguem gelar até a alma com suas ventanias e nevoeiros.

Não se tratam também de discos “refrescantes”, aqueles que são bons pros dias de calor. Estes pedem um chá e edredon. Agasalhe-se e aproveite nossa seleção – são todos muito bons.

Everyday Robots

Dos timbres gelados da faixa-título ao clima londrino que impera no (quem diria?) primeiro disco solo de Damon Albarn, tudo aqui é frio, principalmente a melancolia que lamenta o estado artificial das pessoas de hoje em dia. Mesmo o piano de Lonely Press Play (olha esse título!), acompanhado pelo vocal do músico, não consegue gerar muito calor. A exceção da regra é Mr. Timbo, composta com o clima tropical da Áfricaem mente.

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Ouça com: Um belo chá escuro, bem quente.

Vigília

Quem não é de São Paulo, principalmente quem vive nos estados ao norte, costuma não saber que a cidade possui mais dias quentes que frios anos. Porém, quando a friaca bate, não tem quem não se abale. Esse disco da banda Terno Rei traduz bem a sensação das calçadas preto-e-brancas, o céu opaco dos meses de inverno e a sensação de odiar menos o transporte público pelo “calor humano” que pelo menos ali, para o bem ou para o mal, pode ser encontrado. Mais que isso, ele entende o frio de estar sozinho no meio de tanta gente.

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Ouça com: Café puro passado no coador, bem amargo.

Ghost Stories

“Espírito” significa “sopro”. Um disco de “histórias de fantasmas”, então, promove uma grande ventania pelas janelas abertas de faixas ora melancolicamente ricas, ora quase ocas de tanto espaço pro frio preencher. É isso que Coldplay promove no “Tell me you love me/If you don’t, then lie to me” de True Love, no violão de Oceans ou no piano de O, com sua letra sobre o fim do amor.

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Ouça com: Chocolate quente, pra ver se adoça.

To Live Again in that Long Summer

As saudades do verão já aparecem no título. Mas temos que entender que trata-se do disco de um canadense, então sua perspectiva de verão é bem diferente da nossa. Ou seja, se você espera encontrar refúgio para o frio em Barzin, encontrará, na verdade, temperaturas bem baixas, mesmo que com boas intenções. Músicas como In the Dark You Can Love This Place e It’s Hard to Love Blindly, seu “frio interior” vem à tona e não há quem se mantenha aquecido.

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Ouça com: Capuccino grande, daqueles com canela por cima.

All We Grow

S.Carey lançou recentemente seu lindo e invernal Range of Light. Porém, em 2010, antes do Monkeybuzz existir, ele já tinha lançado o lindo All We Grow, ainda mais gélido que o novo. Não tem uma faixa que não te faça fechar os botões da blusa, ou colocar o capuz do moletom. Parece que, se você cantar junto, vai ver vapor saindo da sua boca. Paisagens do Ushuaia ou da Islândia são referências certeiras para a viagem que o disco propõe.

Ouça com: Uísque e um cobertor por perto.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.