É Sexta-Feira, Amor

Dia fica marcado para os fãs de Cícero como a véspera do lançamento do tão aguardado “Sábado”, sendo hoje o ponto máximo da ansiedade de um disco sem muitos detalhes revelados

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Hoje é um dia de grande ansiedade para o público do carioca Cícero, que lança amanhã, 31 de agosto, seu segundo álbum Sábado, dando continuidade ao verso “É sexta-feira, amor” usado para o encerramento de seu Canções de Apartamento.

Os dois anos que separam os dois lançamentos colocaram o músico entre os novos nomes mais celebrados da música brasileira, com uma sonoridade que prolonga o legado de bandas como Los Hermanos com a sonoridade típica deste início de década, além de letras de fácil identificação por todos nós contemporâneos falantes da língua portuguesa e apreciadores de canções emocionais.

Guardado a sete chaves, mostrado a apenas um grupo pequeno de pessoas e sem nenhuma música previamente lançada, a pergunta que não quer calar é: O que podemos esperar de Sábado?

“Sábado”

O que sabemos é que ele será novamente lançado de forma gratuita na Internet (vamos ver como os downloads se comparam ao quase meio milhão de Canções), além de ter sido gravado de forma independente dentro de casa – desta vez, não no pequeno apartamento (que já “nem existe mais”, já que o músico se mudou dele), mas pelas residências de amigos por onde passou nos últimos meses.

Na produção, Cícero retoma o trabalho ao lado do amigo Bruno Schultz, com o acréscimo de Bruno Giorgi (indicado ao Grammy Latino pelo que fez em Chão, de seu pai Lenine) ao time. Se esses detalhes já seriam o suficiente para esperarmos algumas mudanças no disco, participações de Marcelo Camelo, SILVA e Mahmundi ajudam a moldarmos nossas expectativas em uma direção diferente daquela onde o primeiro álbum se encontra.

Conforme foi divulgado por Bruno Natal em matéria publicada no jornal O Globo desta sexta-feira, Cícero revela finalmente que as diferenças de Sábado estão em ainda outras esferas. São faixas sem refrões, com poucos versos e sem arranjos explosivos, inspiradas no estado de espírito de um final de tarde, uma hora em que as definições são complicadas pelo período já não ser mais dia, mas ainda não ser noite. Ao que tudo indica, podemos esperar em uma obra mais etérea do que imaginávamos.

Canções foi um disco muito surpreendente pra mim”, conta a fotógrafa Lívia Fernandes, de Uberlândia (MG). “Aquelas músicas eram conversas muito íntimas, sobre emoções delicadas que muitas vezes guardamos só pra gente, só pros nossos apartamentos mesmo”, ela explica, “e foi impossível não se identificar e se emocionar (e repetir infinitas vezes ao longo desses dois anos)”. Sobre as expectativas, ela diz não saber prever como o disco será, mas está preparadas para mudanças, já que observa que “a capa já saiu do apartamento para rua”.

O carioca Marcos Xi, do Rock in Press, que acompanha o movimento na música do Rio de Janeiro de camarote e viu Cícero desde o começo se tornar o que é hoje, a expectativa para o álbum era de algo mais alegre. “Sem o noise sublime que fazia o clima no álbum anterior”, explica ele e acrescenta: “um álbum difícil, mas que provavelmente terá forte influencia o emocional vivido por ele com toda a velocidade da exposição que ganhou”.

Em meio a tantas incertezas e previsões, fica hoje, às vésperas de Sábado sair, a vontade de ouvir um trabalho que convide o ouvinte à mesma introspecção do primeiro disco, para termos um álbum traga aquele mesmo fator sensível que Canções de Apartamento mostrou que Cícero sabe trabalhar para uma obra capaz de enfeitar domingos e qualquer outro dia.

Sábado sai em 31 de agosto para download gratuito no site oficial de Cícero..

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ARTISTA: Cícero
MARCADORES: Novo álbum

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.