Entrevista: Au Revoir Simone

Trio conta sobre influências de Tim Burton, capa de seu último disco e sons brasileiros

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Fotos: Divulgação / Noctis Mag

Parece que Au Revoir Simone gostou mesmo do Brasil, tanto que veio em 2013 e agora retorna com shows pela cidade de São Paulo, Rio de Janeiro e Fortaleza. Aproveitando a vinda das garotas à capital paulista neste domingo, dia 11 de maio, o Monkeybuzz trocou algumas palavrinhas com elas sobre sua viagem de volta e suas inspirações em bandas de garotas, além de nos revelar seu fanatismo pela língua francesa.

Monkeybuzz: A última vez que a banda veio para o Brasil foi no ano passado, na Virada Cultural Paulista. Como foi a recepção do público e o que vocês acharam de tocar em cidades menores, como Indaiatuba e Santa Bárbara D’Oeste?

Au Revoir Simone: Nós ficamos muito impressionadas pela recepção calorosa e entusiasmada de nossos fãs brasileiros. Quando nós viajamos para um país que nunca tocamos antes, sempre ficamos com um certo medo que a plateia não esteja familiarizada com nosso som. Foi muito legal fazer um show para um público novo e ver as pessoas cantando e se divertindo. Isso é uma coisa que vemos acontecer muito no Brasil e nos sentimos assim, tanto quando nos apresentamos em São Paulo quanto em lugares menores, como Indaiatuba.

Mb: Como vocês se sentem em voltar ao Brasil tão rápido, mas agora tocando para um público bem maior?

ARS: Desde nosso último shows, sentimos vontade de voltar para o Brasil o quanto antes pra tocar pra muito mais gente. E de fato aconteceu. Não imaginávamos também que fosse acontecer assim tão cedo, mas sentimos que temos muita sorte por termos essa oportunidade de novo.

Mb: Talvez uma parte do público não saiba, mas o nome da banda faz referência ao filme As Grandes Aventuras de Pee-Wee, de Tim Burton, certo? Qual a relação de vocês com esse longametragem? Existem outros materiais na filmografia de Burton que vocês gostem?

ARS: Sim! Nós tentamos uma porção de nomes antes de decidir por “Au Revoir Simone”. Ele foi o único que realmente nos conectava, provavelmente por que somos viciadas na língua francesa e porque assistimos a esse filme muitas vezes e em diferentes períodos da vida, da infância à fase adulta. No filme, Simone é uma garçonete que abandona o Texas pela França para seguir seus sonhos, um tema muito romântico que nos inspira muito. Por exemplo, nós deixamos Nova York pela França várias vezes também pra realizar nosso sonho de compartilhar música! (risos). É um tanto engraçado isso.

Mb: Conte-nos sobre a capa de seu álbum de 2013, Move In Spectrums. Ela é muito bonita! Qual foi a ideia e o conceito da tal arte?

ARS: A arte do nosso disco foi feita em parceria de duas amigas nossas: Amelia Bauer, que é fotógrafa, e Elizabeth Parks Kibbey, que é florista e estilista. Unindo seu trabalho foi que nasceu o ensaio Book of Shadows, que retrata o uso botânico em rituais pagãos do século 17. Cada uma das imagens representa os ingredientes para uma magia, e nós escolhemos o retrato To See Spirits . Nós sentimos que a foto se relacionava com nossa música porque mostrava uma estética similar à energia e ao movimento, ideais que trazemos em nosso álbum.

Mb: Uma banda só de garotas não necessariamente se influencia por uma mulher ou outro grupo de meninas. Existe alguma artista ou banda feminina que inspira vocês?

ARS: Sim, principalmente uma banda de mulheres dos anos 70 chamada The Roches, que nós amamos e nos sentimos estimuladas e influenciadas pelos seus teclados e arranjos vocais. Teve até uma vez que mandamos uma carta para elas dizendo o quanto somos fãs!

Mb: Sobre o Brasil, vocês já ouviram algo daqui?

ARS: Bom, nós já somos familiarizadas com o som de Astrud Gilberto, e sua parceria com o pai (João Gilberto) e o saxofonista Stan Getz. Você consegue inclusive sentir a influência deles em alguns de nossos sons mais antigos, quando somávamos camadas de vocais mais leves a batidas de Bossa Nova.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.