Entrevista: EZTV

Ezra Tenenbaun, fundador do trio, comenta recente história da banda

Loading

Tim

EZTV é um nome que, se você ainda não ouviu, certamente escutará bastante nos próximos meses. Seu primeiro show foi há apenas um ano, mas, nesse meio tempo, sua história já rendeu destaques como um contrato com o relevante selo Captured Tracks, pelo qual saiu seu álbum de estreia, o ótimo Calling Out.

Por ser um novo favorito entre leitores e equipe Monkeybuzz, principalmente por aqueles que apreciam um som gostoso, sem exageros e que tem muito a ver com várias outras bandas que gostamos, como Widowspeak e Woods – não por acaso, grupos que renderam dois dos membros da banda -, conversamos com Ezra Tenenbaum, fundador do trio, por telefone sobre sua breve carreira e seu estilo.

Monkeybuzz: A impressão que temos daqui é que toda a história da banda tem acontecido muito rápido. Qual é a sua percepção disso?
Ezra Tenenbaum: Nosso primeiro show foi há um ano, então acho que, nessa perspectiva, nós assinamos com [o selo] Captured Tracks bem rápido. Mas nós todos já tocamos em outras bandas por um certo tempo.

Mb: É interessante que vocês tenham vindo de um background de certo destaque na música. Você acha que as coisas teriam sido diferentes para EZTV caso a história fosse outra?
Ezra: Temos 27 anos, então não somos músicos tão jovens. Ter tocado em certas bandas e morar em Nova York nos fez com que agora nós tenhamos vontade de tocar pra curtir. Talvez teria sido mais “sério” se fosse há alguns anos. Nós não estamos nos esforçando para sermos “moderninhos” nem fazer a última tendência, só estamos curtindo.

Mb: Vocês enxergam a si mesmos como parte de uma cena estética específica? Ao ver o catálogo da Captured Tracks, percebemos que existem algumas semelhanças entre outras bandas do selo. Como você observa isso? Ezra: Acho que há uma grande variação do catálogo, desde algumas mais dark e Eletrônicas até nós, que somos mais Pop e tranquilos. Acho que Mike Sniper, que comanda o selo, tem um ouvido específico e dá chance ao que ele gosta. Em termos de “cena”, as coisas são muito espalhadas. As conexões são feitas mais por conhecermos e tocarmos com outras bandas do selo.

Mb: Sobre esse som que vocês e as outras bandas com quem tocam fazem, você acha que é uma música que as pessoas vão olhar pra trás daqui a alguns anos e identificarem como uma estética própria dessa época?
Ezra: A maior parte dessas bandas com quem tocamos já estão na ativa há alguns anos, então não acho que sejam os sons mais novos. Acho que os músicos serem amigos e trabalharem juntos acabam contribuindo para uma mesma estética.

Mb: Como tem sido a repercussão do vídeo, no seu ponto de vista?
Ezra: Tem sido positiva, no geral. Eu tento não ler muitas críticas, ou focar nisso, mas estou feliz que as pessoas estão ouvindo. A rádio KEXP (uma das mais famosas dos EUA para música alternativa) nos nomeou como “música do dia”. Quando algo assim acontece, é legal, é um bônus.

Mb: Você disse que não lê as críticas, então como você mede o que faz? Como sabe que está fazendo a coisa certa?
Ezra:: Acho que tem a ver com seus amigos e com as pessoas que você admira. Sou muito fã de Woods, então poder trabalhar com Jarvis e ouvir ele dizer que gosta do álbum, já é bom. Tem mais a ver com conexões pessoais e com as pessoas virem aos shows.

Mb: Como são essas músicas ao vivo? Houve uma preocupação de mostrá-las como estão no disco, ou vocês preferiram fazer algo diferente?
Ezra: Somos um trio e o disco possui muitas camadas, então chamamos um segundo guitarrista para tocar ao vivo. E todas as faixas do disco tem suas bases gravadas por nós ao vivo, então acho que não ficou tão diferente.

Mb: Isso foi algo pensado durante as gravações, de fazer um disco que seria reproduzido de tal forma ao vivo?
Ezra: Sim, fizemos algumas demos e acho que o jeito de trabalhar em trio é uma dinâmica legal. Eu toco guitarra, mas fico de olho nos outros elementos também, as coisas possuem cada uma um espaço legal no disco, mesmo que todas ao mesmo tempo. Era assim que queríamos gravar.

Mb: As escolhas do som então tem mais a ver com o formato de trio?
Ezra: Sim, por isso que algumas coisas são mais mínimas, porque são só três pessoas.

Mb: É interessante, porque isso chama muita atenção no disco. Há bandas que, não importa o número de integrantes, querem sempre tocar mais alto do que podem, em volume.
Ezra: Sim, somos uma banda meio silenciosa. As pessoas sempre pedem pra aumentarmos o volume durante o show (risos).

Loading

ARTISTA: EZTV
MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.