Entrevista: Moodoïd

Pablo Padovani comenta sobre vinda ao Brasil para três shows do projeto

Loading

Fotos: Fiona Torre

Moodoïd é uma daquelas bandas que não conseguem passar desapercebidas. Seja pela escolha do fundador Pablo Padovani (da banda Melody’s Echo Chamber) estar acompanhado de quatro mulheres, pelo visual Glam com que eles se apresentam, pelo nome diferente com uma trema no “i” incomum para falantes de várias línguas ou mesmo por Kevin Parker (Tame Impala) ter produzido seu Le Monde Möö, há muitos motivos para que as atenções estejam sobre o projeto.

Felizmente, esse é mais um daqueles casos que deixam a música falar mais alto, já que sua sonoridade excêntrica, psicodélica e de grande qualidade merece vir à frente de qualquer outra característica que possa ser dita sobre o grupo. Prestes a vir ao Brasil pela primeira vez (com apoio de Institut Français, Consulado Geral da França e Bureau Export) para shows em São Paulo (21, SESC Bom Retiro), Recife (22, durante o festival No Ar Coquetel Molotov) e João Pessoa (23, Ateliê Multicultural Elionai Goes), Padovani falou ao Monkeybuzz sobre seu trabalho.

Monkeybuzz: Esta é sua primeira vez no Brasil, sendo que a Tropicália já foi listada como uma referência para seu som. Com sua referência com nossa música?
Moodoïd: Nunca estive na América do Sul, será minha primeira vez. Sou um jovem francês de uma cidade do interior, e um grande sonhador. Quando imagino algo exótico, penso em um saz turco, a voz de uma gueixa japonesa e percussões brasileiras incríveis. Na minha cabeça, é essa mistura que faz o som de Moodoïd. Espero que vocês sintam isso na faixa De Folie Pure.

Mb: O que você quer fazer enquanto estiver por aqui?
Moodoïd: Por que não fazer alguns shows surpersa? Adoraríamos fazer isso, ou talvez improvisar DJ-sets em alguns bares também, para estar com e conhecer pessoas. Se tiver dicas, me mande! Temos uma semana de folga no Rio após os shows, então seria ótimo fazer algo assim por lá. Não vemos a hora!

Mb: Como foi o processo de levar o disco ao palco? São duas coisas muito diferentes?
Moodoïd: No palco, é uma versão Glam com muito glíter. Toco ao vivo com quatro musicistas mulheres incríveis, usamos roupas brilhantes e formamos uma só banda. No estúdio, é um trabalho mais íntimo.

Mb: Como foi o processo de criar sua estética, sua identidade?
Moodoïd: Esta pequena turnê no Brasil é a última série de shows que tenho feito há dois anos para promover o disco. E a estética que vem com ele, incluindo o que rola no palco, é muito especícida para aquele álbum em particular. Para o próximo, no qual já estou trabalhando, será provavelmente um pouco diferente, porque quero um conceito diferente para cada disco. Então, pode ser a última vez que as pessoas nos verão usando maquiagem com glíter no palco!

Mb: Você acha que trabalhar em outros projetos, como Melody’s Echo Chamber, ajuda em sua criatividade?
Moodoïd: Quando você toca a música dos outros, você aprende muito e melhora sua própria música. É uma nova perspectiva que te é oferecida. Essa experiência com Melody significa muito para mim. É também uma maneira de tocar com músicos diferentes e conhecer muita gente diferente. Foi por conta disso que tive a chance de trabalhar com Kevin Parker, o que teve seu impacto na história do projeto!

Mb: Parece existir uma grande coesão estética entre sua música e o acompanhamento visual de seu trabalho. Como você consegue isso?
Moodöid: Na verdade, eu sou diretor de cinema além de ser um compositor e músico. A imagem em movimento e a visualidade em geral têm grande importância para mim, tanto quanto a música. É parte do meu trabalho, não consigo produzir de outra forma. Você pode sentir isso nos clipes da banda, que eu mesmo criei e dirigi. Na França, eu faço vídeos para outros músicos também. Acredito que a música tem que ter sua identidade visual. É parte do apelo que o artista tem, uma das razões pelas quais as pessoas param para escutá-lo. É também um jeito de entender mais coisas sobre a música. Nós cantamos em francês e as imagens são como uma tradução, elas passam a mensagem.

Loading

ARTISTA: Moodoïd
MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.