Entrevista: Peter Bjorn and John

Banda sueca comenta lançamento do disco “Darker Days” e legado do hit “Young Folks”

Loading

Não tem como não conhecer Peter Bjorn and John, mesmo se você não esteve atento ao que o Indie produziu intensamente na última década e pouco. Young Folks é um hit absoluto de trilhas de filmes a propagandas de TV, com presença garantida ainda hoje em festas e eventos.

Com um novo disco embaixo do braço, Darker Days, o sueco Björn Yttling falou ao Monkeybuzz por telefone sobre um pouco do que viveu nesses últimos anos com a banda, sempre carregando a bandeira estética do Indie em diversas facetas ao longo de sua discografia.

Monkeybuzz: Nós brasileiros estamos convivendo de perto com o conceito de Darker Days ultimamente. Como foi a decisão de dar esse nome ao novo álbum? Björn Yttling, Peter Bjorn and John: Parece que estamos assim no mundo inteiro. A música Dark Ages foi composta há uns três anos, ela ficou de fora do último disco. Quando escrevi, era sobre como esses dias de trevas nos afetam negativamente de maneira pessoal. Na hora em que resgatamos a faixa para o novo disco, ela virou sobre o mundo no geral, e seu estado problemático. Daí resolvemos que Darker Days seria também um bom nome pro álbum.

Mb: Há bastante de Post-Punk e de outras referências do Indie que vocês sempre trabalharam ao longo do repertório. Como foram as escolhas estéticas feitas para Darker Days, ainda que algumas sejam de continuidade com o que a banda tem feito?
Björn: Acho que Breakin’ Point era mais Pop e quisemos agora voltar a algo mais Alternativo como já fizemos em outras épocas, como em Falling Out, nosso segundo álbum. Acho que todos nós queríamos mesmo fazer algo darker, algo mais nervoso.

Mb: Sim, noto também que a sonoridade é também um pouco mais “crua”. Parece, inclusive, ser um disco mais “jovem”, com uma energia mais adolescente por conta dessas emoções afloradas. Björn: Talvez, acho que o último era mais maduro. Gimme Some (2011) também era mais nervoso assim. Acho que demos uma volta e voltamos à juventude (risos). Nós amamos Power Pop, essa sonoridade Indie dos anos 1980, que é o que ouvíamos na adolescência, então faz sentido.

Mb: Por falar em maturidade, o que mudou no seu processo criativo ao longo dos anos?
Björn: Acho que ficou mais fácil, porque agora temos mais ferramentas para dar vida às nossas fantasias. É mais fácil ir de uma ideia até uma canção finalizada, mas, ao mesmo tempo, a parte difícil é saber limitar as direções que você pode tomar, porque elas são infinitas. Descobrir o que você quer fazer de fato às vezes leva mais tempo do que fazer.

Mb: Imagino que também exista uma vontade interna de querer fazer algo inédito, se desafiar com o novo, não? Björn: Sim, é preciso que você encontre uma maneira de se manter interessado naquilo que você faz. Para que as outras pessoas ouçam mais um disco nosso, queremos fazer algo que também nos intrigue.

Mb: É muito interessante como Young Folks, uma música de 2006, ainda é reproduzida com frequência ao redor do globo. Como você enxerga hoje, depois de todo esse tempo, o sucesso da faixa? Björn: Nós fizemos uma música que nós queríamos ouvir, algo que soasse novo e que nossos amigos iriam curtir. Quando você faz isso, ou você fracassa totalmente, ou gera um hit mundial (risos). Se o sucesso não acontecer, não tem problema, você saiu ganhando porque gostou da música. Nós tocamos essa música há dez anos e ela ainda é divertida no show. Sei que ela gerou uma nova curva na cultura Pop, influenciando outros músicos e a maneira com que muitas outras faixas foram feitas depois dela. Temos muito orgulho disso.

Loading

MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.