.jpg)
Prestes a fazer show no Brasil pela terceira vez, The Drums tem agora mais um disco em sua bagagem, Encyclopedia, lançado em setembro deste ano. Trocamos alguns e-mails com Jacob Graham e batemos um papo com ele sobre o álbum, rumos da carreira, nova formação e, é claro, o show que acontece amanhã, dia 5 de novembro, em São Paulo.
Para entrar no clima da apresentação, ouça abaixo o mais novo álbum do duo e, entre outras coisas, entenda o porquê dele ter esse título.
Monkeybuzz: Como foi para vocês voltar a ser um duo e compor dessa forma novamente? O que isso influenciou na sonoridade vista em “Encyclopedia”?
Jacob Graham: Foi uma experiência muito libertadora. Acho que, provavelmente, teve muita a ver com sermos um duo novamente, assim como mantermos distância dos dois outros álbuns. Nós voltamos a nos divertir, quebramos a caixa que colocamos em nós mesmos.
Mb: As faixas desse álbum parecem mais pessoais, mais introspectivas. Como foi o processo criativo para este lançamento e quais as influências externas que mais corroboraram para esse resultado?
Jacob: Para nós, criar um álbum é como arrancar um dente. Quando começamos as gravações, nos juntamos porque queríamos começar com um som mais coeso, estar na mesma página. Mas, no fim, acabamos indo cada um para seu próprio lado. Queríamos um disco com diversidade e com muitas surpresas. Quanto às influências, acho que o que mais influenciou o álbum foi a ideia de como esse registro soaria no futuro. Ao invés de olhar para o que outras bandas estavam fazendo, nós imaginamos como nosso trabalho seria e como ele soaria, isso foi muito animador pra gente. As únicas coisas que eu estava ouvindo no momento eram trilhas sonoras (Em Busca do Vale Encantado, Fievel, Um Conto Americano e E.T.) e um pouco da música Eletrônica Experimental de Raymond Scott, gravada nos anos 40 e 50.
”Nós meio que vemos esse álbum como uma enciclopédia de todos os sons, estilos e humores que compõem a banda, até mesmo coisas que nunca tocamos antes”
Mb: O nome do álbum sugere que vocês estão compilando momentos de sua carreira e os expondo de forma “didática”. É essa mesma a ideia do título e do álbum em si?
Jacob: Sim, nós meio que vemos esse álbum como uma enciclopédia de todos os sons, estilos e humores que compõem a banda, até mesmo coisas que nunca tocamos antes, mas que estavam à espreita no fundo de nossas mentes.
Mb: Portamento foi o disco que consolidou o som de vocês. Em que ponto Encyclopedia leva o que foi visto naquele álbum adiante?
Jacob: Achamos que cada novo registro é melhor que o anterior e esperamos que em breve Encyclopedia seja visto com nossa obra definitiva. Nós tivemos um monte ideias de incorporar mais elementos eletrônicos em Portamento, mas não tivemos tempo o suficiente para isso. Então, acabamos com um som mais radiofônico e com esses elementos espelhados pela obra. Em Encyclopedia, nós tivemos mais tempo com a instrumentação e a fizemos do jeito que sempre quisemos.
Mb: Jonny Pierce lançou alguns singles no passado e era esperado um álbum dele, que acabou não saindo. Alguma das faixas que ele compôs nesse processo foi parar em “Encyclopedia”?
Jacob: Sim, duas músicas do álbum solo de Jonny acabaram em Encyclopedia: Kiss Me Again e Deep in My Heart.
Mb: Como vocês tem sentido a resposta do público em relação ao álbum e como está sendo o processo de transportá-lo aos palcos?
Jacob: O feedback que tivemos com esse álbum é que ele vai crescendo aos poucos, ele não é tão imediato quanto nossos dois discos anteriores. Isso é um grande elogio porque era essa a nossa meta. As pessoas descobrem coisas novas a cada audição. Ao vivo está indo muito bem também, nossos sets ficaram mais dinâmicos com essas faixas novas.
Mb: Johnny Aries acompanha vocês desde 2012 e recentemente lançou seu primeiro álbum solo, Unbloomed. Como foi para vocês ver o álbum nascendo? De alguma forma, se veem como influência para ele?
Jacob: Provavelmente. Nós estamos sempre juntos na estrada e ele até nos ajudou a gravar algumas guitarras de Encyclopedia, então, eu tenho certeza que um acaba influenciado o outro um pouco.
Mb: 2010, 2012 e agora 2014, este será o terceiro show de vocês no país. Quais são as expectativas e o que querem mostrar para o público brasileiro desta vez?
Jacob: Esperamos que seja bastante louco e vocês podem esperar que nós vamos lhe proporcionar algo que ninguém mais pode.
