Entrevista: Vanguart

Hélio Flanders, vocalista do grupo, tira nossas dúvidas sobre “Muito Mais que o Amor”

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Fotos: Ariel Martini

Não foi à toa que Vanguart chegou ao posto de uma das bandas mais queridas de nossa geração. Com músicas bem trabalhadas em letras de fácil identificação e shows de tirar o fôlego, o agora sexteto se prepara para levar seu mais recente álbum, Muito Mais que o Amor aos palcos brasileiros em um espetáculo digno da beleza que a obra tem.

Agora que a poeira do lançamento começa a baixar, batemos um papo com Hélio Flanders, vocalista e principal compositor do grupo, sobre o momento na carreira, trabalho em equipe e música Folk.

Monkeybuzz: Quando foi que Muito Mais que o Amor começou a ser gerado?

Hélio Flanders, do Vanguart: No começo de 2012, fizemos as primeiras composições. Já tínhamos feito vários shows do disco anterior e já sentíamos a necessidade de falar mais abertamente do lado bom, do que aprendemos após sobreviver a alguns tombos e arranhões.

Mb: Este álbum dá aquela sensação de que ficará ainda melhor ao vivo. O que vocês aprenderam ao levar Boa Parte de Mim Vai Embora aos palcos para a produção do novo disco?

Hélio: Nós nos entregamos mais. Tentamos tirar o máximo do máximo de cada um em todos os momentos no estúdio. Isso é cansativo, é conflitante, mas, apesar de ser o mais difícil, foi o melhor caminho, pois agora temos toda a certeza sobre tudo o que está no álbum. Satisfação plena em levar isso para o palco. Não vejo a hora disso acontecer!

Mb: Clarinete, hammond, glockenspiel, trompete e mellotron são apenas alguns dos timbres presentes no disco e executados pela própria banda. Como co-produtores, como é o trabalho de saber o que fica bem em cada música? É preciso um dosar a vontade de criar do outro ou incentivar a voar mais alto?

Hélio: Os dois! O incentivo é fundamental pra que as ideias apareçam. Nessa hora, com certeza fala bem alto a amizade e o amor que temos cultivado durante os anos, pois é preciso ter paciência, saber a hora certa de falar certas coisas para o outro e isso ainda estamos aprendendo (risos), sempre querendo melhorar nesse lado. Na pré-produção, a gente sempre conversava muito após ouvirmos as ideias registradas. Existe uma colaboração grande nesse sentido. Quando você sai de seu instrumento mais habitual, é importante ter o outro do seu lado sendo sincero e te abrindo os olhos para o que é bom e para o que não é.

Vanguart

Mb: Acontecimentos como sair do último VMB como o grande “campeão” da noite e um horário privilegiado para sua apresentação no Lollapalooza colocaram os holofotes na banda mais do que nunca. Vocês sentiram alguma pressão maior para este disco do que a do anterior?
Hélio: No anterior, a pressão foi maior. A espera foi grande e gerou uma certa obrigação pra que fosse tudo muito impactante. Este disco é mais leve e nos sentimos assim também com relação a ele. O que temos de fazer é trabalhar, muito, sempre. Isso sim faz a diferença.

Mb: Durante esse show no Lollapalooza, vocês comentaram que cantam histórias “sobre pessoas comuns, mas muito especiais”. O que inspiram essas histórias? Vocês gostam de criar “personagens” para viver situações que vocês observaram, ouviram ou mesmo viveram?
Hélio: Alguns são personagens, outros são fragmentos de nós mesmos. Nada é mais inspirador que as pequenas coisas do cotidiano. A criança que acabou de acordar e te presenteia com um beijo de bom dia ou mesmo a moça bonita do outro lado da rua, a saudade…tudo isso junto aos livros e canções do coração geram um universo imenso de histórias pra contar.

Mb: Em um momento em que as sonoridades Folk estão muito presentes nos mais diversos lançamentos (com muitas bandas adaptando seu som ao estilo), vocês permanecem fieis ao que sempre fizeram. O que vocês acham dessa nova dinâmica na cena? Até onde vocês observam a influência que tiveram nesse processo aqui no Brasil?
Hélio: Pode ser que tenhamos influenciado algumas pessoas sim. Não se falava muito em Folk antes da gente aparecer. Vejo algumas bandas surgindo e se “adaptando” ao violão com a levada, ao mesmo tempo que esse é um estilo que sempre esteve presente no Brasil com a música Caipira, Sertaneja e o Rock Rural. Neil Young, Dylan e tantos outros já influenciaram muitos antes de nós e assim continuam a fazer com os que estão chegando agora.

Mb: Como estão os preparativos para mostrar Muito Mais que o Amor ao vivo? O que podemos esperar das próximas apresentações?
Hélio: Estamos preparando o show, levantando as ideias e formatando tudo. Não posso dizer muito para não estragar a surpresa, mas posso adiantar que alguns elementos do teatro entram em cena nesse show. A ideia é que seja um momento de plena entrega, uma ode à vida.

Mb: É normal que a cabeça de um artista comece a planejar uma próxima obra na hora que a mais recente fica pronta. Vocês já imaginam como será o próximo disco? Teve alguma coisa que não deu pra fazer neste que vocês querem trabalhar no futuro?
Hélio: Já brincamos sobre o próximo, mas ainda é cedo pra pensar nisso. Estou muito feliz com o disco e focado em trabalhá-lo o máximo que pudermos.

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ARTISTA: Vanguart
MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.