“Fullgás é uma música mágica”, diz Qinho sobre a faixa que dá título ao seu EP que reverencia a obra da cantora Marina Lima em quatro de seus sucessos regravados sob a voz e estética do artista.
A ideia veio “por acaso”, conta ele, depois de tê-la conhecido em um show que prestava tributo às suas músicas. “Rolou uma química entre a gente, uma identificação forte”, diz Qinho, que conta ter sido “fisgado por aquele repertório, pela sonoridade, pelas letras, pelas histórias”. “A Marina e o Antonio Cícero descrevem de maneira brilhante um jeito carioca de ser, bem da zona sul do Rio, mas que, ao mesmo tempo, não tem fronteiras e consegue dialogar com o Brasil”, explica.
Fulgás, o EP, parece trazer um tom nostálgico, quase fictício e “mágico” de um Brasil tropical e neon, praieiro e noturno, abençodo pelos anos 1980 e bonito por natureza. “Apesar de serem grandes hits, clássicos, tiveram pouquíssimas versões diferentes das originais”, conta ele, “e, como já faz bastante tempo que foram lançadas, existe muito espaço pra reinterpretar e colocar de volta na prateleira”.
“Eu tento sempre manter a intenção melódica das versões originais, pra não fugir da métrica da canção”, explica, “o resto eu curto retrabalhar e levar pra outra proposta, mas no fundo a minha sensação é só a de interpretar aquela música da minha forma”, e continua: “Ao mesmo tempo, é uma responsabilidade grande, porque você não pode bobear, errar e jogar contra uma canção que é quase um patrimônio cultural. Mas, tomando cuidado com isso, o resto é diversão”.
A leveza que paira pelas quatro faixas denuncia a tal diversão comentada por Qinho, que parece brincar com as melodias em um clima bem mais sintetizado do que o de Ímpar e dialogando com o imaginário popular do que é a música Pop, do que é o Brasil romantizado nas canções e do que é Marina Lima enquanto obra. Fullgás está disponível a partir de hoje, 7 de abril, nos principais serviços de streaming.
