Future Islands: “Sempre estamos nos desafiando a encontrar novos sons”

Banda norte-americana se apresenta neste fim de semana no Balaclava Fest (SP)

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É sempre legal notar quando uma banda está empolgada para tocar no Brasil. Nesta entrevista com a norte-americana Future Islands, o bom humor do baixista/guitarrista William Cashion, que respondeu as perguntas do Monkeybuzz ao lado do vocalista Samuel Herring, foi o que mais marcou. Também, a vida ao país como headliner do Balaclava Fest em São Paulo chega com gosto de “finalmente”, sendo esta sua primeira vez por aqui em doze anos de carreira. Algo que tanto os fãs e os músicos comemoram ao mesmo tempo.

Em tom de quem já começa a piada rindo do fim, Cashion conta: “No geral, quando somos headliners de um festival, quer dizer que ele não é lá muito legal”, e logo explica: “Na real, estamos felizes e honrados de poder tocar no Balaclava Fest. É muito loco pensar que, logo na primeira vez que vamos tocar no Brasil, somos headliners de um festival”.

É claro que esse bom humor todo tem outros motivos, um deles sendo essa longevidade toda. “Surgem bandas novas o tempo todo”, conta Cashion, “muitas das com quem fazíamos shows no começo ou não fazem mais turnês, ou acabaram de uma vez”. Future Islands, por outro lado, segue firme – como prova seu recente The Far Field (2017).

“Continuamos tentando compor algo que seja interessante para nós mesmos”, ele explica, “Tentamos trazer novos instrumentos, como nos últimos dois discos, que tivemos quartetos de cordas e instrumentos de sopro. Sempre estamos nos desafiando a encontrar novos sons”.

É interessante notar também, em uma conversa com o trio, como a leveza de sua atitude tem muito a ver com a música que ouvimos. “Levamos nossa música para onde ela quer ir”, conta Cashion ao explicar seu processo criativo, “não pensamos muito em nossa estética”. Quando perguntado sobre a nomenclatura Post-Wave que utiliza para explicar seu som, ele brinca que faz isso porque suas faixas “fazem uma mistura de Post-Punk com New Wave, mas só com as melhores partes dos dois”, e conclui dizendo: “Obrigado por nos chamar de Post-Wave (risos)”.

Sobre os shows em festivais, eles dizem gostar da experiência pelo contato com as outras bandas nos bastidores, “ver que tipo de produção elas têm e como fazem as coisas, porque cada um trabalha de um jeito”, nas palavras do guitarrista e baixista. E sobre sua apresentação no Balaclava Fest, ele diz que a única certeza “é que quem estiver bem perto do palco pode ser brindado com gotas de suor”, brincando antes de, em tom poético, soltar: “Espero que o público encontre inspiração em nossa música”.

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MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.