New Order em Quinze Canções

Faixas provam o quanto banda britânica é e sempre foi genial

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Daqui a pouco mais de um mês, o novo álbum de New Order, Music Complete, será lançado para os ouvidos do mundo. Já se vão dez longos anos desde que Waiting For The Sirens’ Call chegou às prateleiras planetárias e este é um intervalo muito longo para que tenhamos notícias desta simpática galera de Manchester. Sabemos que a banda lançou três compilações nestes dez anos, de vários tipos. Ainda em 2005, veio o CD duplo Singles, trazendo um bom apanhado das canções lançadas separadamente pelo grupo em toda a carreira, começando em 1981 e chegando até aquele ano. Seis anos mais tarde, veio Total: From Joy Division To New Order, trazendo as origens do grupo – pra quem não sabe, New Order é a continuação do cinzento grupo Pós-Punk Joy Division, sem o vocalista Ian Curtis, que suicidou-se em 1980. O resultado do álbum é confuso, mas funciona para quem nunca ouviu falar nas duas formações e preparar o terreno para Lost Sirens, lançado também em 2011 e com faixas não aproveitadas nas sessões de Waiting For The Sirens’ Call, compondo um painel pra lá de interessante.

Com a chegada de Music Complete prevista para setembro, damos início a alguns artigos, listas de canções legais e crocâncias diversas visando a preparação de você, leitorx, para o álbum. Não há melhor maneira de começar isso do que uma bem pensada compilação com o selo Monkeybuzz de novidade/qualidade para que você possa entender o motivo de New Order ser favorita da casa e digna da sua máxima atenção. Vamos lá?

Ceremony – 1981 Composta ainda nos tempos de Joy Division, lançada como single em 1981 e com uma rara participação da banda como trio, com Peter Hook (baixo), Bernard Sumner (guitarra/voz) e Stephen Morris (bateria). A tecladista Gillian Gilbert ainda não fazia parte do grupo. Veio antes mesmo do primeiro álbum, Movement.

Bizarre Love Triangle – 1986 O grande sucesso de New Order em todos os tempos, do quarto álbum, Brotherhood. Clássico das pistas, ganhou fama popular ao longo dos anos 1990 e recebeu versão Fofolk do desconhecido grupo australiano Frente. Até hoje é reconhecida imediatamente por qualquer habitante do planeta que mereça nosso respeito.

Age Of Consent – 1983 Primeira faixa do segundo álbum, Power, Corruption and Lies, no qual o grupo começa a encontrar sua nova sonoridade, deixando climas soturnos – que eram a tônica da obra de Joy Divison – em favor das luzes da pista de dança.

Blue Monday – 1983 Outra canção do segundo álbum, provavelmente a segunda mais conhecida por todos, fãs e apreciadores de música em geral. As linhas de sintetizador são emblemáticas dos anos 1980 e não envelhecem nunca.

Perfect Kiss – 1985 Clássico do terceiro álbum do grupo, Low Life. A versão do clipe, com mais de dez minutos de duração, nunca foi lançada pela banda, a não ser na caixa comemorativa Retro, de 2002. É uma discreta aula de como tornar uma canção perfeita através da interação equilibrada entre instrumentos “de verdade” e máquinas.

All Day Long – 1986 Mais uma canção de Brotherhood, cheia de teclados sinfônicos e guitarras sinuosas. Talvez seja o maior triunfo de Gillian Gilbert como instrumentista da banda. Não fez sucesso nas paradas mas é preferida entre os fãs mais cascudos.

1963 – 1987 Lado B do single de True Faith, esta canção também integrou a coletânea de remixes Substance, no mesmo ano e também figurou em todas as compilações de hits que New Order lançaria posteriormente. Com letra que faz alusão ao assassinato do presidente americano John Kennedy, 1963 tem melodia belíssima e também é favorita dos fãs.

Mr. Disco – 1989 Beleza de canção do sublime quinto álbum do grupo, Technique, lançado em 1989 e que mostra um grupo muito mais voltado para a melodia e para o uso de guitarras que necessariamente eletrônico. Dividiu os fãs mais radicais mas conquistou um enorme número de novos admiradores.

World (Perfecto Mix) – 1993 Remix do produtor Paul Oakenfold para outra canção de grande sucesso da banda, presente no sexto álbum, Republic. O original já é dançante e aerodinâmico, mas a ação de Oakenfold fez tudo ficar ainda mais sensacional.

Krafty – 2005 Primeiro single lançado no último álbum, Waiting For The Sirens’ Call, Krafty soa como uma banda de adolescentes tentando imitar os alemães de Kraftwerk numa feira de ciências, mas é simpática e bem intencionada. Não está no mesmo nível dos maiores clássicos do grupo mas serve como uma espécie de primeiro volante entre essa seleção, para usar uma metáfora futebolística.

Temptation 87 – 1987 Lançada pela primeira vez em single pela banda em 1982, Temptation foi refeita, repensada e escalada para integrar a indispensável coletânea dupla de remixes e releituras Substance. Qualquer das versões é sensacional, mas a de 1987 também tem valor sentimental, aí complica.

Dreams Never End – 1981 Esta é a primeira faixa do primeiro disco da banda. É sua declaração de intenções, sua retomada, sua apresentação ao mundo. Ainda tem muito de Joy Division, mas há uma ingenuidade comovente na busca de novos caminhos. A história diria o quão felizes os integrantes foram nessa guinada estética.

Love Vigilantes – 1985 Inexplicavelmente, esta canção não foi sucesso mundial, tendo um desempenho consistente aqui, em Terra Brasílis. Com gaita, levada Pop e letra falando de amor, costumava levantar qualquer festinha de playground nos idos de 1985.

Love Less – 1989 Outra pequena pérola melódica de Technique, disco que pode até ser o melhor de New Order para muita gente, apesar de nunca ser lembrado como um álbum clássico entre os fãs. Para você ter uma ideia, a sonoridade do disco lembra muito o projeto que Bernard Sumner integrou em 1990 com Johnny Marr, conhecido como Electronic.

Thieves Like Us – 1984 Lançada em single entre o segundo e o terceiro álbuns do grupo, é possível cravar que Thieves Like Us foi o exorcismo final de qualquer traço de Joy Division que ainda pudesse existir na banda. Destaque para o baixo anárquico de Peter Hook.

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ARTISTA: New Order
MARCADORES: Lista

Autor:

Carioca, rubro-negro, jornalista e historiador. Acha que o mundo acabou no meio da década de 1990 e ninguém notou. Escreve sobre música e cultura pop em geral. É fã de música de verdade, feita por gente de verdade e acredita que as porradas da vida são essenciais para a arte.