niLL: “O futuro da música brasileira ainda é incerto, o Rap que vai conseguir moldar isso”

Rapper apontado como promessa na cena do país comenta momento atual e seu trabalho

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niLL é um nome que vem sendo cada vez mais mencionado quando o assunto é o Rap feito no Brasil de hoje, um impulso recebido principalmente pelo lançamento de seu Regina, embora ele venha agora em uma carreira que caminha desde 2009.

O disco chega como uma homenagem póstuma à sua mãe, no grau autobiográfico que se espera de um lançamento desses. Em entrevista ao Monkeybuzz, niLL comenta não ter dificuldade em lidar com essa exposição. “Na verdade, isso é o que me dá o poder de criar meu universo”, conta ele, “é o que eu gosto de fazer, as pessoas vão acabar conhecendo um pouco também. Isso é legal”.

Esta figura niLL que estamos conhecendo apresenta alguém que consegue mandar sua mensagem de forma certeira sem perder sua simplicidade, algo que fica bastante claro nos versos do álbum e resulta em uma empatia grande do público, com quem ele dialoga bastante através das redes sociais- que servem para “mostrar que somos pessoas e também vivemos normal, tomamos sorvete na rua e comemos nos podrões da vida”, em suas palavras.

“Ganho uma homenagem quase toda semana”, ele conta, “isso é incrível, porque eu só via acontecendo com meus idolos, agora acontece comigo”. “Espero poder continuar assim próximo do público, isso fortalece nossa arte de alguma forma”, conclui.

O rapper, que fará show em São Paulo neste sábado, 14, comenta também que o mais legal da experiência das apresentações ao vivo é a diversão com os amigos – “isso me deixa mais tranquilo” e ajuda a cumprir o objetivo de “deixar os fãs se sentirem em casa”, explica ele. Logo fica claro que o fator coletivo – uma característica chave do Hip Hop – é um conceito que ele carrega em tudo o que faz.

Os artistas que ele considera como influências foram importantes “tanto musicalmente, quanto pessoalmente”, comenta niLL, “tudo o que aprendo com eles, aplico aqui, saca?”. “Enxergo minha relação com a música como uma relação materna, ela me apresenta várias coisas da vida e me faz perguntas, como responde muitas outras, e até acabou me transformando em uma pessoa melhor , mais observadora”, relata ele, que continua: “Essa porra deve ser uma energia celestial, e acaba sendo uma religião pra nós. Acreditamos na música, ela pode salvar uma vida assim como salvou a minha”.

Sobre o que seus colegas de Rap têm feito no Brasil hoje, ele afirma que o gênero hoje “está criando diversos braços”, se referindo à pluralidade de estilos aos quais ele está ligado. “Fico feliz com isso, essa geração transformou a parada de uma forma gigantesca”, explica ele, “tem muita coisa espetacular escondida por aí, feita com muita originalidade. É uma pena que ela ainda continua sendo travada por conta da grande massa de poluição sonora”.

“Por enquanto, o futuro da música brasileira ainda é incerto, mas acredito que é o Rap que vai conseguir moldar isso”, conclui.

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ARTISTA: niLL
MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.