Sabe aquela famosa história do “karma” do segundo disco, onde o artista que foi bem sucedido em sua estreia tem a missão de confirmar seu som e sua qualidade no trabalho seguinte? Pois bem, até para os não mortais – mas que já foram mortais -, como os quatro rapazes de Liverpool, isso acontece. Quatro meses após o lançamento de Please Please Me, o grupo entrava em estúdio para gravar seu sucessor, e após mais três meses saia às lojas britânicas o segundo álbum, intitulado With The Beatles, e que hoje completa suas bodas de ouro.
Mais Lennon/McCartney
De capa que viraria icônica no futuro, o álbum trazia mais oito novas canções originais vindas da cabeça da dupla inseparável Lennon e McCartney (que ainda nem sonhava em ser Sir) que continuaram com suas composições de “iê-iê-iê” bom moço, com temas românticos, sempre buscando o amor e a presença de sua garota, um estilo que marcou todo o início da carreira da banda e se fortificou ainda mais nesse disco. Além da dupla, tivemos a da estreia de George Harrison como compositor do grupo trazendo a faixa, Don’t Bother Me para o disco. Seria o primeiro passo de Harrison como compositor do grupo, mas que só voltaria a atuar com tal função em Help, de 1965, quinto disco do grupo.
Mais Beatles e a Motown
Apesar de serem lançados pela Parlophone, o quarteto namorava com aristas da gravadora estadunidense Motown, dedicada à artistas de Black Music e Rythm & Blues. Assim como em Please Please Me, com covers como Ana (Go To Him), os Beatles traziam para seu disco mais uma vez uma sonoridade dançante tão vívida da época que era a música negra dentro do Rock. Desse modo, covers como Roll Over Beethoven, de Chuck Berry, e Please Mister Postman, das The Marvelettes, figuram entre a tracklist, sendo está última resultado de tanto sucesso que muitos acreditam que seja um música original do quarteto, assim como aconteceu no primeiro disco com Twist and Shout, originalmente dos The Top Notes.
Mais recordes
Apesar de ser um disco com menso hits que Please Please Me, With The Beatles quebrou recordes de vendas, vendendo 250 mil unidades, ultrapassando não apenas seu antecessor, mas como tomando este posto de ninguém menos que o Rei do Rock Elvis Presley com seu álbum Blue Hawaii de 1961. Tal número, somando com o número de garotas histericamente gritando durante suas apresentações, eram uma comprovação que faltava de que aqueles quatro garotos de franja e terninho iam ser um sucesso.
