Parquet Courts: “Um álbum não é questão de ter dez músicas perfeitinhas”

Austin Brown, guitarrista da banda, fala sobre gravação do disco “Human Performance”

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Parquet Courts é uma banda que chama a atenção principalmente por dois motivos, a primeira sendo sua sonoridade embebida no Punk e Post-Punk, com toda a sua liberdade estética, que gera trabalhos muito interessantes – como o recente Human Performance. A outra razão é sua alta produtividade, que impressiona ao vermos que foram cinco álbuns e dois EPs lançados nos últimos cinco anos.

“Nós nos empenhamos em nos manter produtivos e em tentar não nos repetirmos”, contou Austin Brown ao Monkeybuzz por telefone. “Em Human Performance, nós intencionalmente demoramos para produzir o disco. Levamos um ano e cinco sessões de gravações para terminá-lo, o que é pelo menos o dobro do que qualquer outro que fizemos antes. Parte desse tempo foi para ganhar perspectiva sobre o que estamos fazendo, quem somos como grupo e aonde poderíamos ir criativamente”.

“Nós costumamos trabalhar rápido, não tentamos deixar as coisas perfeitas”, contou Austin, “temos a tendência de não ficar escolhendo tanto e deixar as músicas viverem. Não somos perfeccionistas, acho que o legal é soar fresco, do jeito que compomos”. Ele explica preferir uma forma mais orgânica de trabalhar uma composição: “Assim que você tem a melodia, a letra e o ritmo, está aí a música. Você pode vesti-la com o que quiser, mas, se você não ficar satisfeito com a roupa, é porque não está feliz com a composição. Sempre podemos voltar atrás e fazer algo diferente, mas “diferente” não é necessariamente melhor”.

Ele conta ainda que sua maior preocupação é com a autenticidade que as músicas possuem – e uma audição por cima de Sunbathing Animal ou Light Up Gold, por exemplo, para sacar isso. “Acho que desenvolvemos isso por aprender com nossos erros, por já termos passado por esse processo de reescrever e regravar músicas ao ponto em que elas ficam sem vida”, conta Austin, “por termos passado por isso e aprendido com nossos erros, aprendemos que um álbum não é uma questão de ter dez músicas perfeitinhas. Ele precisa ter dez músicas que funcionam bem juntas”, para uma conclusão que fica bem dentro de seu ideal Punk: “Nem existem músicas perfeitas, e, se existem, não somos nós que vamos decidir”.

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MARCADORES: Entrevista

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.