Pode Vir Quente: The Killers Ainda Ferve

Dez anos depois, “Hot Fuss”, disco de estreia do quarteto, mostra que sabe divertir

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Há quanto tempo você não ouve Hot Fuss, o disco que mostrou o quarteto The Killers ao mundo como uma das bandas com som mais divertido da década passada? Passei alguns dias ouvindo o álbum pela primeira vez em muitos, muitos anos, para escrever este artigo (que comemora sua primeira década de vida) e cheguei a duas conclusões logo de cara:

  1. Talvez eu nunca tenha reparado nele como disco, já que foi lançado em 2004, aquela época logo após as discussões de “ninguém mais ouve álbuns, só músicas soltas”. Sei que ouvi várias dessas músicas inúmeras vezes (voltarei nesse assunto já já), mas existe a chance de terem sido poucas as ocasiões em que dei play na primeira faixa e deixei ele tocar inteiro;

  2. Dez anos depois, ele ainda consegue te divertir – e muito.

Lançado em 7 de junho de 2004, Hot Fuss e suas onze faixas colocaram Brandon Flowers e seus companheiros sob os holofotes ao redor do globo. Grande parte da culpa vem dos singles Somebody Told Me e Mr. Brightside, duas músicas que entraram pra história da música recente como dois singles exemplares de como uma estética (até então) dita “alternativa” (com influências New Wave e Post-Punk) conseguia ter um belo alcance popular – e você ainda ouve as duas em muitas festas por aí.

Smile Like You Mean It é a faixa que faz a ponte entre os dois sucessos, então acabou sendo bastante ouvida (sem esquecer que ela foi lançada como single também), assim como Jenny Was a Friend of Mine que abre a obra e antecede Mr. Brightside com um baixo bem legal. Uma década depois, tive a impressão que a que permanece mais “em forma” acabou sendo All These Things That I’ve Done, com sua cara de Rock épico que acabou definindo muito do que a banda fez ao longo de sua carreira.

É interessante como Hot Fuss se resume bem nessas cinco faixas, que formam um lado-A cheio de energia sem perder o fôlego. Se você também não ouviu muito as outras seis, vale a pena aproveitar o aniversário de dez anos do disco pra correr atrás desse prejuízo. Não, elas não seguem a mesma qualidade das primeiras, mas ainda são boas e fazem dos 45 minutos de audição do álbum uma boa experiência.

Os maiores destaques ficam com a dançante Midnight Show e On Top, uma música que hoje pode parecer meio “genérica”, já que muita gente faz esse som “meio The Killers” por aí, mas ouvi-la dá uma sensação de “coisa nova na época” que é sempre interessante perceber.

E a obra inteira traz um pouco disso. Essa disposição das músicas revela sem vergonha o dedo de uma produção interessada em te fazer ouvir aquelas lucrativas faixas diversas vezes mesmo, mas tem uma energia boa, uma vibe de começo de banda que é muito legal. Não chega a ser uma “ingenuidade” (justamente pela intenção do lançamento), mas é um disco sobretudo muito jovem. Mesmo dez anos depois.

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ARTISTA: The Killers
MARCADORES: Aniversário

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.