O misterioso duo encantador Rhye é uma das mais recentes novidades que ainda circundam o hype na Web e não atingiram plenamente os ouvidos de um público em grande escala, mas o potencial para tal objetivo sobra na cota de qualidades apresentadas por eles em um curto espaço de tempo e, por enquanto, em poucas faixas compartilhadas pela rede.
Qual o real motivo de conhecer? Por que vale investir o meu tempo em mais uma banda minimalista? Existe um fator que surpreende ou tudo não passa de enrolação e supervalorização do som? As perguntas acima são respondidas através de três tópicos-chave que solucionam e mostram porque prestar atenção neles a partir de agora:
Sexy sem ser vulgar
A mistura da produção sueca com a vocalidade canadense traz um combo surpreendente e nada gélido, apesar da posição originalmente geográfica de cada um. A dupla retrata um clima sensual plenamente romântico misturando graves doces do Soul com timbres eletrônicos em ritmo nada afobado ou pretensioso.
Trazendo letras que enaltecem a companhia e que convidam para um momento íntimo sem parecer um impulso carnal, aliar o sentimento e delicadeza a passagens escritas que traduzem a relação de um casal fixo ou não parece um objetivo muito fácil para os músicos, tornando-os exceção à “regra” de se fazer uma música com tendências sexuais. A personificação da sensualidade orgânica.
Minimalismo em nova embalagem
O Pop minimalista tem aumentado sua variabilidade e formado um mercado que parece se ampliar cada vez mais, partindo de ideais revitalizados por nomes atuais como Massive Attack e The xx. O diferencial trazido pelo Rhye nesse quesito é conseguir trazer em seus sons inéditos os extremos de cada ponta que o estilo oferece.
Os artistas trabalham bem com momentos plenamente etéreos, nos quais o vazio ocupa um belo espaço em meio à canção e se estende até uma melodia plena por todo o tempo, mas que traz ritmo desacelerado, e arranjos com traços eruditos que se misturam a sintetizadores rítmicos pontuais, muitas vezes em apenas uma das faixas já apresentadas.
Surpresas vocais e flexibilidade instrumental
O motivo de não citar o nome dos criadores de faixas minimalistas sensuais até então se une ao mistério principal que envolvia a banda em seu surgimento. A produção do sueco Robin Hannibal se une à poderosa e aguda voz do canadense Mike Milosh, que, até então, era confundido com uma mulher – ao menos em suas primeiras audições até para os ouvidos mais atentos.
Vale ressaltar também a variação de instrumentações perceptíveis em cada novo contato com a música: Ainda que provavelmente tudo criado e adaptado eletronicamente, é válido ressaltar desde os típicos sintetizadores de bom gosto, notar também a presença de elementos de sopro do Ska, coros angelicais, teclas de piano, inserção de violinos e a variação de percussões sintéticas e pequenos solos de guitarra, transformando todo o conjunto num produto final recheado de texturas e camadas interessantes e estrategicamente posicionadas, preparando o melhor para o público em seu disco a ser lançado.