Tantas Coisas com Guerrinha (Séculos Apaixonados)

Vocalista comenta bandas, clipes e seu lugar preferido no mundo

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Toda terça-feira, o Monkeybuzz conversa com alguém para entender mais do seu trabalho e da sua música através das coisas que compõem sua vida – sejam discos, faixas, outras bandas ou o que quer que tenha ajudado a moldar sua estética e criatividade.

Três perguntinhas, sem enrolação, para…

Guerrinhas (Séculos Apaixonados)

Quais as bandas que você mais ouviu na vida?

“Pra ser sincero, a banda que eu mais ouvi na vida deve ter sido The Strokes. Quando eu tinha dez anos, meu tio deu de presente Is This It e aquilo deu um ziguezague na minha vida. Eu não gostava de música, apesar de ter tido umas aulas de violão que me ensinaram a tocar Paralamas do Sucesso e R.E.M. Tinha algo mágico ali, o som era tosco mas não era exatamente Rock’n’Roll, mas os caras tinham um ouvido melhor pra melodia do que, digamos, Guns ‘n’ Roses. Além de tudo, eles eram realmente charmosos, faziam Nova York realmente parecer um lugar prafrentex novamente e toda aparência deles era o suprassumo do cool. Não tem como negar que essas coisas são importante aos onze, doze anos. Na época, eu deixei o meu cabelo crescer e comprei uma Memphis Stratocaster só pra ficar igualzinho ao Albert Hammond Jr. Também foi na mesma época que eu decidi que queria fazer minhas canções. Eu baixei um programa de computador chamado Guitar Pro e ficava compondo nele durante o dia inteiro. Grande parte das músicas eram cópias de alguma outra do Is This It ou do Room on Fire, mas era a minha forma de guiar, até hoje, começar um riff na sexta do tom e terminar na quinta da outra oitava, que nem em Soma, é uma coisa que eu faço quase naturalmente. Como a minha obsessão era grande, então eu comecei a procurar mais e mais sobre eles, e quem tinha influenciado eles e não sei como. Aos quinze anos, eu comecei a fritar na galera de Pós-Punk que tinha toques de Funk: Minutemen, Gang Of Four, Bush Tetras, Pop Group. Toda essa coisa me levou aos originais do Funk (The Meters e James Brown principalmente) e ao mestre supremo, Marvin Gaye. Era óbvio que eu já conhecia Marvin Gaye porque minha mãe era/é uma fã incondicional, ouvindo Distant Lover na maternidade, mas um belo dia eu botei pra ouvir What’s Going On em uma festa na casa de um amigo (quando tinha 16) e, desde então, ele virou o numero 1. Até hoje, eu nunca mais deixei de botar acordes com sétimas maiores nas minhas músicas por causa desse disco”

Quais são os seus videoclipes preferidos?

“Não sei se o meu favorito, mas o clipe de While My Heart Still Beating do Roxy Music foi o que me causou mais impacto. É o mais assustador de todos os tempos com aqueles manequins de cera e Bryan Ferry andando por eles com aquela posse de James Bond que só ele tem. Ou talvez Sat In Your Lap da Kate Bush, que tem membros da Ku Klux Klan andando de patins. Mas tem vários outros também. Tem algo de genial em você botar coisas explodindo do lado de uma banda, como é o caso de Jailbreak do AC/DC, ou de botar um rapper para ir em uma academia que mais parece um teste de rato de laboratório, como é o caso do In Da Club do 50 Cent. Tinha Brakes com Hold Me In The River, que basicamente era um boxeador correndo serelepe por uma cidade litorânea toda acinzentada. Dilemma do Nelly era emocionante, The Byrds tocando Eight Mile High e Can tocando Paperhouse no Midnight Special não são clipes mas também são pra ficar chokito. E tem The Clash tocando The Call Up

Qual o seu lugar favorito no mundo?

“Eu fui pra poucos lugares na minha vida, então eu fico com o Vale das Videiras (na região de Petrópolis) no Rio de Janeiro. Mas se vocês quiserem eu posso falar que é Nova York, por causa dos Strokes”

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.