tantas coisas com Preta Gil

As Frenéticas, “King Richard”, Tina Turner no Maracanã e o álbum preferido da discografia de Gilberto Gil

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Fotos: Alex Santana

Um assunto sobre o qual eu falaria por horas e horas…

Eu sou a mulher dos assuntos, né? Adoro conversar, falar, e eles são variados. Adoro falar sobre música, candomblé, negritude, história, empoderamento feminino, adoro uma fofoca! Sou a mulher da conversa, o meu grande pilar de troca é a conversa.

Se eu não fosse cantora, eu seria…

Eu seria o que eu já era… produtora, diretora, mas quando eu era mais nova tinha vontade de estudar direito. Como eu sou dispersa, acabei nem pensando nisso, mas, assim, sempre falei: se eu não for cantora, vou ser advogada!

Ando obcecada pelo disco…

Da Raquel Reis, uma cantora da Bahia, nova, faz um trabalho que é muito gostoso, uma música que é a cara do verão, envolvente, sensual e que eu tenho escutado muito.

O show inesquecível que eu assisti foi…

São tantos, mas na minha lista vou colocar alguns! Michael Jackson no estádio do Morumbi, eu era adolescente. Me lembro também de Tina Turner, no Maracanã, eu tinha uns 12 ou 13 anos de idade, foi foda demais! Lembro de Sting, no Maracanã, também nessa fase, fui com meu irmão Pedro de ônibus, foi uma aventura louca e não sei até hoje como minha mãe deixou! A gente ficou no povão e eu fiquei no ombro dele assistindo. Na minha vida adulta, foi o primeiro show da Madonna que eu vi no Madison Square Garden, foi surreal. E o da Beyoncé também, em 2007 ou 2008, foi perfeito. E aí vai para tantos outros, Gal Costa em uma temporada que ela fez no Metropolitan aqui no Rio de Janeiro, O Sorriso do Gato de Alice, que ela tirava o peito para fora. Assisti Lulu Santos, acredito que foi o meu recorde, assistia todo sábado e todo domingo. Tanta coisa!

Se eu pudesse escolher qualquer lugar do mundo para estar, eu estaria em…

Eu estou muito a música do meu pai: “o melhor lugar do mundo é o aqui e o agora”. Estou nessa, minha casa é o meu refúgio, aqui eu me abasteço e eu tenho conexão com todo mundo, meu filho, neta, meus amigos, natureza, trabalho. Eu acho que encontrei o meu lugar. Nessa pandemia eu criei mais raízes. Eu sempre fui muito de viajar e estar em vários lugares, e agora eu só quero estar na minha casa.

O último filme que fez minha cabeça foi…

Eu assisti a dois filmes recentemente. Um foi King Richard: Criando Campeãs, com o Will Smith, que faz o pai da Venus e da Serena Wiliams. É muito inspirador. Assisti também Não Olhe Para Cima que retrata muito bem a nossa sociedade hoje em dia. É angustiante, mas real.

Meu disco preferido do meu pai é…

Realce é muito emblemático, porque foi bem na nossa mudança de Salvador para o Rio de Janeiro, em uma época no início dos anos 1980. A gente era criança, mas foi aí que começamos a ter noção de como o nosso pai era Pop Star. É um disco que tem “Realce”, que é uma das minhas músicas favoritas dele, mas o que me marcou mesmo foi a capa. Meu pai com aquele black, com a lua e a estrela no cabelo, me lembro dele fazendo aquilo, das trancinhas com as miçangas, que também é uma característica dessa época. Mas é isso que você disse, é muito difícil escolher um disco do meu pai porque eu sou louca por todos. Até o mais recente OK OK OK, que eu ouvi muito, é importante. Foi o primeiro disco que ele fez depois que ele se curou, ficou bem de saúde e tem uma música para a minha neta… São dois discos que são muito marcantes para mim.

Os discos que eu mais ouvi na vida foram…

Nossa, eu sou literalmente a mulher dos discos, né? Eu nasci nos anos 1970, então eu ouvi muito. Tinha minha vitrolinha portátil onde eu ouvia os singles da época, eu tive o privilégio de nascer em uma família de músicos e cantores, então, eu ganhava. Fa-Tal – Gal a Todo Vapor, Baila Comigo, Realce… os discos das As Frenéticas. Todos esses eu furei na minha vitrolinha! 

Queria produzir/compor uma música junto com…

Eu comecei a aflorar meu lado de compositora nesse próximo álbum que eu lanço esse ano dos 20 anos de carreira e foi muito gostoso compor, sentar com várias pessoas e jovens, colocar para fora toda a minha criatividade. Isso é um processo que começou na minha vida agora. Então, basicamente eu quero compor com todo mundo! Eu já tinha feito uma música com o Carlinhos Brown anos atrás, um processo incrível e diferente, mas eu acho que eu vou me soltar cada vez mais, compor com meu filho, nem sei se eu quero compor com meu pai porque eu acho muita ousadia! (Risos)

O artista mais improvável da minha playlist é…

Por incrível que pareça eu não sou muito de playlist. Eu gosto de ficar ouvindo as coisas no aleatório, para que eu seja impactada por artistas que eu não conheço. Cada dia aparecem músicos muito incríveis, mas eu sou tão eclética que se você achar música clássica na minha playlist vai surpreender total de 0 pessoas, eu sou muito eclética desde criança. Sou aquela que escutava Jackson do Pandeiro e As Frenéticas, amava Gretchen, e filha de Gilberto Gil. Então tá tudo certo. A minha existência é sobre ecletismo, sobre misturar, então não tenho uma pessoa que eu ache que surpreenderia.

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ARTISTA: Preta Gil
MARCADORES: Tantas Coisas