Quantas pessoas você conhece que gostam de junk food? Praticamente todas? Certo, mas me diga: Quantas delas tem certeza que essa não é a melhor opção pra sua alimentação? Provavelmente, todas elas. Mas isso vai impedir alguém de ir atrás de um combo com fritas grande por mais um real de vez em quando?
Digo isso porque, sim, The Bravery é a banda mais gordurosa que a Inglaterra produziu em laboratório lá no meio da década passada. Seu primeiro álbum, também chamado The Bravery, completa seu décimo aniversário e ouvi-lo hoje nos relembra o quanto pode ser gostoso consumir um produto tão Pop e sem muito valor nutricional, mas sempre divertidíssimo.
Olha esse clipe! Olha essa melodia! Olha esse arranjo! Olha esse clipe!
The Bravery foi inventada pra surfar na onda que fez nomes como The Killers brilhar naquela época. Dá pra imaginar a reunião de executivos decidindo apostar em um som desses, porque era o que os jovens ouviam no momento.
Daí, saiu o álbum em 14 de março de 2005 e aconteceu o que já era esperado: A crítica caiu em cima, desempenhando seu papel de expor o desvalor de músicas tão pré-fabricadas, enquanto o público fez seu papel de reconhecer que essas músicas são todas divertidas demais para serem ignoradas.
Dez anos depois, The Bravery continua com a mesma cara de antes (a propósito, já ouviu falar dos hambúrgueres guardados por ano que não envelhecem nunca? Então…). Falando sério, não tem como ouvir faixas como Swollen Summer e No Brakes e não querer dançar. É um disco que cumpre com louvores a sua proposta de entreter – isso é inegável.
The Bravery não era uma banda boa o suficiente pra se consagrar qualquer coisa além do que uma boa diversão – era um arrasa quarteirões que fazia barulho no lançamento, mas que poucos se lembrariam dali algum tempo. De qualquer forma, suas músicas, quando usadas dento de suas ambições originais (puro entretenimento), são dignas de qualquer playlist por mais uma década.
Delicie-se sem culpa.
