Todos Vão Ouvir Guri Cantar

Guitarrista da Pública prepara lançamento de seu primeiro trabalho solo, lançado por financiamento coletivo e com várias parcerias

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Conheci o gaúcho Alexandre já sob o nome Guri, com seu trabalho junto à banda Pública, em que toca guitarra. Nos últimos anos, o cara virou figura frequentemente encontrada em shows como guitarrista convidado de outros grupos ou de artistas solo – Otto, Bárbara Eugênia, Quarto Negro, China e Martin (Agridoce) são alguns deles. E agora, ele tem tudo para ser ainda mais visto por aí, já que está prestes a lançar seu primeiro disco solo.

Quando Calou-se a Multidão traz, pela primeira vez, composições próprias do músico em uma compilação financiada coletivamente através da plataforma Catarse há alguns meses e o primeiro produto da nova fase na carreira veio com uma música que não poderia ter outro nome: Todos Meus Amigos Vão Me Ouvir Cantar.

Guri – Todos meus amigos vão me ouvir cantar (Part. sopros OBMJ)

A escolha de começar a mostrar seu trabalho por esta faixa “foi meio óbvia”, como ele explica. “Por ser guitarrista, as pessoas nunca tinham me ouvido cantar, nem mesmo meus amigos sabiam que eu cantava, mas também acho ela diferente do resto do álbum. Eu não queria trazer um lado mais roqueiro como primeira impressão”, diz Guri, que completa: “Achei que ela era um bom meio termo para ser o ‘cartão-postal’ do disco”.

E se os amigos não conheciam esse lado do moço, o público começa agora a conhecer também suas ideias, já que as composições que formam o álbum são também suas primeiras, mesmo com mais de uma década dedicada à guitarra. O instrumento era o suficiente para o artista se expressar, mas chegou a hora de assumir o espaço de maior destaque no palco e soltar não só a voz, mas trazer à tona aquilo que até agora era carregado no íntimo.

“É uma sensação estranha, mas, ao mesmo tempo, empolgante”, diz ele sobre esse processo de exposição. “É difícil dizer o que sente e se expor muito em uma letra como em faço em muitas delas. São muitas coisas muito específicas e muito fortes”, explica. Porém, a hora chegou da guitarra não ser mais uma confortável máscara, mas um apoio na hora de mostrar o rosto por trás do microfone.

O processo, por mais difícil que seja, aconteceu na hora certa e com o apoio de muita gente – e nem me refiro aos colaboradores do financiamento coletivo. Ele voltou à Porto Alegre (cidade onde morou dos 16 aos 22 anos) e gravou lá, em meio aos seus conhecidos, grande parte do álbum, que traz ainda diversas parcerias e participações, como Guizado e Pélico.

E o que veremos, no dia em que Quando Calou-se a Multidão for lançado (e a data ainda não foi divulgada, mas é “muito em breve”), será o resultado do que Guri cultivou ao longo dos tantos anos trabalhando com música. Mas o disco não é uma linha de chegada na trajetória, ele trata-se de uma constatação do caminho que já foi percorrido, antes com outros e agora também solo.

“É uma coisa muito minha, esse lance de tocar violão em noite de insônia e meio que brigar com o instrumento pra achar a harmonia certa, brigar com a caneta pra achar a palavra certa”, revela o músico. “Eu tava aprendendo a fazer isso e tô aprendendo ainda”.

Guri – Ao Sul (Part.Pélico)

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ARTISTA: Guri, Pública
MARCADORES: Conheça

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.