Topshelf Records: o Novo Celeiro da Música Emo Norte-Americana

Mesmo antes de completar uma década, selo já é considerado um dos mais importantes pelos fãs do gênero

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Fotos: You Blew It!

Fundada em 2006, a Topshelf Records acumula em pouco menos de uma década um bom acervo de obras e a responsabilidade de ser um novo celeiro para bandas do nordeste norte-americano e principalmente de ter se tornado o berço da revitalização da música Emo – não só daquela região. Mesmo que totalmente independente e relativamente pequena, a gravadora atesta um selo de qualidade em seus artistas que qualquer fã do gênero reconhece e ouvirá somente pelo fato dessa banda ter passado pelo crivo de Kevin Duquette e Seth Decoteau, criadores da empresa.

Talvez o que melhor defina o selo e seus meios de operar foi a forma com que foi criado e propósito seu inicial, que até hoje não se perderam em nada. Criado pela dupla para profissionalizar e dar meios de distribuições para novas artistas – incluindo a eles mesmos que na época tinham uma banda chamada Sixfinger e lançaram seu EP Songs for the Escape Artist como a primeira impressão do selo -, a empresa cresceu e se tornou hoje o que é graças a estes princípios simples, porém verdadeiros e honestos, que a dupla mantém até hoje.

Quanto a curadoria musical, uma parte importantíssima do selo, há muito do Emo em seu relativamente extenso catálogo, porém não é somente o estilo que ganha oportunidade com Kevin e Seth. Indie Rock (Tancred), Indie Pop (Aeroplane, 1929), Hardcore (Drug Church) e até mesmo Post-Punk (Lion Club) e Math-Rock (toe) também somam ao balaio musical da Topshelf Records.

E um destaque aqui vai para Jess Abbott e seu Tancred. A jovem faz um Indie Rock à moda antiga e cheio de sensibilidade Pop que pode lembrar nomes como Tegan & Sara em seus antigos lançamentos ou mesmo Speedy Ortiz e Waxahatchee desprovidas da fúria das guitarras. Seu primeiro disco, lançado no ano passado, recebe o nome do projeto e mostra onze boas canções que mesclam esses bons atributos.

Ainda assim, não há como não dizer que o carro chefe do selo sejam as bandas Emo. E em uma breve passada de olho pelo catálogo da gravadora você notar nomes que vão desde os influentes no gênero, como Braid e Empire! Empire! (I Was A Lonely Estate), até os novatos que vem chamando atenção, como We Were Skeletons, You Blew It!, Prawn, Pianos Become The Teeth, Special Explosion e The World Is A Beautiful Place & I Am No Longer Afraid To Die. Além destes, há ainda promessas, como Nai Harvest, que parece ter um bom futuro pela frente.

Como uma breve recapitulação destes oito anos de selo, vamos mergulhar em alguns lançamentos (entre discos e EPs) que foram importantes para a história da gravadora, assim como para a construção dessa nova identidade Emo.

Discos Importantes do Selo

Sixfinger – Songs For The Escape Artist

Esse foi o primeiro lançamento do selo e sem ele nada do que Kevin e Seth conquistaram até agora aconteceria. Porém, mais que uma peça no museu da Topshelf Records esse pequeno EP foi um pontapé inicial e tanto, musicalmente falando – definindo muito da sonoridade que viria a integrar o catálogo do selo a partir de então.

The World Is A Beautiful Place & I Am No Longer Afraid To Die – Whenerver, If Ever

Uma das mais potentes obras do gênero lançadas em 2013, aqui o Emo aparecia diluído em uma mistura de Post Rock, Indie Rock e Post-Hardcore que sabe aliar muito bem as qualidades de cada um deles. Adjetivos como emotivo, nostálgico, passional e triste caem como uma luva neste disco.

toe – For Long Tomorrow

Este quarteto japonês tem um som instrumental que muitos consideram ser o encontro de Math-Rock e Post-Rock. Nomenclaturas a parte, este álbum, lançado em 2009, é uma das mais belas importações do selo.

You Blew It – Grow Up Dude

Representante do Emo, o grupo honra as tradições da década de ouro do gênero, os anos 90. Com um disco consistente e representativo, este virou um item necessário na biblioteca dos novos fãs do gênero.

Defeater – Travels

Representantes do Post-Hardcore, o quinteto de Boston sabe aliar muito bem o instrumental agressivo aos usuais gritos do estilo. Este, seu debut, é um dos mais explosivos do gênero, que ainda brinca com o Emocore e hardcore Punk.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts