Três Novos Nomes do Hip Hop Brasileiro

Alguns jovens artistas que você deve conhecer e aguardar ansiosamente seus futuros lançamentos

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Cansado de ouvir as mesmas coisas do Hip Hop do Brasil – o excelente disco de Emicida, o já antigo (a espera de novidades em Novembro No Na Orelha de Criolo, a mixtape de Rashid ou a estreia de Karol Conká? Quer descobrir coisas novas e frescas que desde o ano passado já mostram sua relevância e que nos fazem aguardar por futuros lançamentos? Listamos rapidamente três nomes que devem estar em suas playlists do gênero e que devem estar despontando entre os grandes nomes em breve.

A verdade é que poucos estilos musicais são tão acessíveis e verossímeis à população brasileira como o Hip Hop. Ainda membro permanente nas comunidades carentes e na periferia das grandes cidades, o gênero no Brasil não se desassociou de sua função social ou, em outras palavras, “se vendeu”. No entanto, como o próprio Emicida disse recentemente em uma entrevista para a TV Folha, não existe nenhum problema em tocá-lo nas rádios, novelas e filmes pois a sua essência nunca será perdida.

Nesta levada, conhecemos o coletivo Hó Mon Tchain, de paulistanos que exprimem bastante a realidade de sua cidade em faixas como Sin City da Garoa ou Cedo Demais, canções que exibem o grau de criatividade de Amiltex, Diham, Falcon Mc, JG.Mano, Plano B e Mud, este último o produtor do excelente disco lançado de forma independente Ascenção. Seja em versos rimados em cima de samples de seriados ou batidas feitas em uma MPC, o coletivo tem um pluralismo e uma capacidade lírica que só seis MCs conseguiriam entregar ao mesmo tempo.

SANT, filho do famoso MC carioca Marechal, já parte para um Hip Hop mais expansivo e com produções quase cinematográficas em faixas como É o Rap ou Carta aos Meus Iguais de Alma, essa com um flow de rimas incansável. Pesado e menos poético nos samples, o jovem rapper canta como se fosse uma versão mais colérica e nervosa dos primórdios de Black Alien. Longe do Gangsta Rap, chama a atenção em todos os singles lançados, deixando-nos curiosos para seus futuros lançamentos e seu aguardado primeiro disco.

Rico Dalasam é o nome mais excêntrico desta trinca, fugindo do clima urbano das outras criações. o paulistano parece criar um universo particular ao redor de seus sonhos e abordar temas mais amplos como a sexualidade no seu ótimo single, Aceite-C. Utilizando-se de um sample de Daniela Mercury, o jovem rapper versa sobre uma batida percussiva baiana, no estilo Oludum, “uma dica? aceite-se”, como se fosse um dos grandes mistérios a serem compreendidos pela humanidade – o que não deixa de ser uma verdade, ainda mais quando nos vemos olhando muitas vezes para o nosso próprio umbigo somente. A música deve encontrar espaço em seu futuro disco, Um Brinde a Quem se Aceita, que deve ser lançado nos próximos meses.

A diversidade entre cada um destes artistas e a visão de um organismo vivo que é o Hip Hop brasileiro só nos mostram a evidência e o crescimento que o estilo deverá ter em nossa nação nos próximos anos. Se você por acaso desconhece qualquer um destes nomes, mesmo os citados acima ,mas adora nomes estrangeiros como Kanye West ou Jay-Z, não é tarde para poder apreciar o que vem de nosso país, um verdadeiro produto interno bruto.

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Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.