Ednardo, Konradsen, Marika Hacvkman e mais…

O Monkeyloop é uma seleção do que passa pelos ouvidos da redação do Monkeybuzz. Desta vez: tesão queer, minimalismo diferentão, clássicos revisitados e eletrônicos insubordinados se misturam por aqui

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Konradsen – Saints And Sebastian Stories

Konradsen é o duo norueguês formado pela vocalista e pianista Jenny Marie Sabel e pelo multi instrumentista Eirik Vildgren. Juntos, eles produzem um som marcado por um minimalismo elegante. Economia nos elementos, mas uma riqueza incrível de timbres e no uso da voz como um instrumento. As melodias são serenas, vindas de um R&B já experimentado por bandas como Rhye e How To Dress Well, mas sob uma perspectiva sonora nova, em muitos momentos flertando com o Pop e, em outros, experimentando com ruídos e com inserções de diálogos que se conectam com suas letras. Saints and Sebastian Stories é um disco delicado e que merece ser ouvido em fones de ouvido para que cada detalhe fique ainda mais evidente ao ouvinte. (Nik Silva)

Marika Hackman – Any Human Friend

Quem me indicou esse disco foi a Isabela Yu (repórter colaboradora do Monkeybuzz, diretora editorial da Revista Balaclava [e minha amiga querida]) e, como quase tudo que ela me indica, não bateu de cara, só para depois eu pagar a língua dizendo que amei. É lindo ver como a vida cosmopolita e queer de Marika transita por opostos (festas cheias de gente, noites sozinha em seu apartamento) enquanto sua solidão não a permite ficar totalmente em paz. Perturba-a pelo tesão, pela carência… E quem é que nunca passou por isso? Vale citar que a artista está no espectro de referências da brasileira Papisa que recentemente lançou seu primeiro disco com exclusividade no Monkeybuzz. (Pedro João)

Ednardo – O Romance Do Pavão Mysteriozo

O tempo foi gentil com o álbum de estreia do cearense Ednardo. Ouvi-lo em 2019, quando ele completa 45 anos de lançamento, revela o quanto a cena autoral brasileira de hoje dialoga bem com seus patronos. “Desembarque”, com seu baixo tão presente, parece alguma música que mexeu com você durante um show na semana passada. “Avião de Papel”, por sua vez, poderia ser a faixa de abertura em um disco que você descobriu em uma lista de melhores do ano e, agora que deu play nessa, vai querer ouvi-lo inteiro. Já a dobradinha “Ausência” e “Varal” nos relembra que bons arranjos preenchem a alma em qualquer década. E que boa surpresa é encontrar “A Palo Seco” ali no meio. É um bônus em um disco que merece ser conhecido e celebrado neste ano – até para devolver a dignidade roubada pela referência que fizeram injustamente com sua faixa-título. Que a justiça seja feita. (André Felipe de Medeiros)

Marie Davidson – Working Class Woman

Marie Davidson caminha pela música eletrônica dando passos surpreendentes, irônicos e sempre marcados por seu posicionamento político. Desde o título do disco – que subverte a figura a priori masculina do trabalhador popularizada no século XX – até grande parte de suas faixas, tudo funciona como argumento para estruturar o seu discurso anti-capitalista, feminista e absolutamente insubordinado. Destaque para as faixas “Your Biggest Fan” (ácida, ela faz um questionário que parece dissecar o trabalho de uma DJ sob o olhar de um homem) e os potenciais hinos “Work It” e “Workaholic Paranoid Bitch”. (Gabriel Rolim)

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