Men I Trust, Castello Branco, Jonas Sá e mais…

Remixes inteligentes, poesia confessional e Rock triste no Monkeyloop de hoje

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PARA OUVIR

Men I Trust – Oncle Jazz

Depois de tanto tempo de espera, Oncle Jazz chega como uma viagem de estrada pelo interior do Canadá. 24 músicas e 72 minutos cremosos para escapar, mesmo que momentanemente, da realidade. Seu primeiro trabalho oficial, enquanto banda e não somente uma colaboração com outros músicas, traz também singles consolidados ao longo de sua recente carreira como “Tailwhip” e “Show Me How”. São nessas faixas que encontramos exemplos de como a sonoridade se desenvolveu para uma espécie de Lo-Fi de alta qualidade – uma atmosfera leve e descompromissada, mas bem gravada. Difícil de resistir ao Men I Trust depois de sua recente tour pelo Brasil. Oncle Jazz coloca-se como um delicioso placebo para tempos nebulosos que vivemos – ouça, por exemplo, “All Night” e diga se estamos errados. (Gabriel Rolim)

Castello Branco – Sermão

A capa da obra que encerra uma trilogia iniciada em 2013 com Serviço deixa claro: a mensagem de Castello é assertiva. O sermão, segundo o músico, é sua interpretação do ruído formado por opiniões ininterruptas, todas certas de sua veracidade. A aula proposta, então, é sobre autoconhecimento, e a tarefa de casa, o diálogo. A poesia de Castello entrega frases marcantes e lapidadas à simplicidade, como “É preciso saber prosseguir”. E a quantidade é vasta: “Não existe regras para amar alguém”, “Tô doido pra dizer que estou aqui pra qualquer porra”, “Eu nunca vi um oceano pacífico” são só algumas no meio de tantas outras fáceis de encontrar nas onze faixas de Sermão. Em cada uma delas, o compositor fala de forma subjetiva sobre se reservar, aprender, centralizar e, aí sim, virar para alguém do seu lado e dizer: “Se você precisar, eu tô com você / Se o medo apertar, cola comigo”. Uma flecha para o futuro, nem rápida, tampouco lenta. Tudo, menos passiva. (Leandro Reis)

Jonas Sá – BLAM!BLAM!BLAM! – the RMXs

“Foi-se o tempo em que um disco de remixes eram só uma série de versões genéricas dos hits de um álbum de estúdio com batidas aceleradas para serem tocadas nas pistas por aí. Este lançamento de Jonas Sá é só mais uma prova de que estamos muito melhor na arte de rever, refazer e repensar o que já produzimos. Nomes de calibre como Arto Lindsay, Silva e Moreno Veloso colaboraram para essa compilação que pode, sim, cair nas mãos de quem estiver tocando na sua festa preferida, mas que, definitivamente, não foram criadas com esse intuito.” (Pedro João)

Nick Hakim – Green Twins

É feio dizer que o lançamento de Green Twins (2017) passou “desapercebido”, mas creio que a história fará justiça ao álbum de estreia do cantor e produtor de uma cena do Brooklyn (nos EUA) que perdeu atenção de público e crítica ao longo dos anos, mas segue produzindo preciosidades. O drum machine descompromissado de “Roller Skates”, a estrutura surpreendente de “Cuffed” e o R&B-romântico-nostálgico-meio-cafona-mas-fofíssimo de “Bet She Looks Like You” são alguns dos maiores atrativos de um disco muito acima da média. São também provas de as qualidades que notávamos em seus EPs anteriores não eram meras suspeitas. Hakim sabe resgatar sonoridades familiares para criar experiências imersivas e até mesmo intensas para o fã de Bedroom Pop e afins. Dê o play em “Farmissplease” e não queira ouvir mais nada o fim de semana todo. (André Felipe de Medeiros)

PARA VER E OUVIR

DUDA BEAT & Mateus Carrilho & Jaloo – “Chega”

Peggy Gou – “Starry Night”

 

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