Onde você estava quando Vampire Weekend lançou Modern Vampires of the City? Já faz tanto tempo que 2013 aconteceu que o nome da banda quase virou sinônimo de nostalgia, meio que da mesma forma que o Indie daquela época hoje é referência de saudades. A curiosidade acerca do prometido próximo trabalho da banda começou a ser esclarecida hoje com o lançamento de duas faixas de uma vez, a proeminente Harmony Hall e a breve 2021, após um ar de mistério e de ironia nas últimas semanas.
Primeiro, veio ela, a promessa de um quarto álbum na discografia da banda, que estaria pronto já desde o meio de 2018. Após um grande silêncio, vieram as informações que o disco seria duplo e teria as iniciais FOTB no título – o que gerou as mais diversas especulações entre os fãs. Outra confirmação era a de que o lançamento ocorreria na primavera de 2019, o que significa – em termos de hemisfério norte – entre março e junho. Há poucos dias, surgiu um vídeo de 120 minutos com as guitarras de Harmony Hall em loop, o que revelava não só que a música sairia em breve, mas também seu nome.
Hoje, 24 de janeiro, finalmente Ezra Koenig deu ao público algumas peças importantes no quebra-cabeça do disco número quatro. Seu título, afinal, é Father of the Bride, “por inúmeras razões”, como ele disse ao radialista Bob Boilen em seu podcast na rádio norte-americana NPR – entre elas, ele cita uma memória afetuosa do filme com Steve Martin (O Pai da Noiva) e referenciais bíblicos sobre casamento, presentes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento.
O vocalista, compositor e produtor confirmou 18 faixas em 59 minutos, o que, para os moldes Vampire Weekend, significa sim um lançamento duplo (“Nossos fãs sabem que os três discos anteriores são curtos”, comenta ele na entrevista, “mas é um álbum maior, com mais ideias”). Ele disse que a banda faz grande parte de suas músicas primeiro como esboços no Pro-Tools antes de gravar os instrumentos (“mas, sendo justo, quase todo mundo trabalha assim hoje em dia”) e que elas, por levarem muito tempo em produção, sempre acabam tendo novos elementos adicionados – nessas duas, ele citou a cantora Jenny Lewis com seu timbre alterado no verso minimalista (ou melhor, com a palavra) “boy”, que se repete ao longo de 2021, e David Longstreth (Dirty Projectors) na guitarra da parte final de Harmony Hall, que conta ainda com um sample de uma música do japonês Haruomi Hosono (Yellow Magic Orchestra). O produtor Ariel Rechtshaid (HAIM, Adele) segue como um dos principais colaboradores no disco, e o ex-membro Rostam Batmanglij é creditado na produção adicional de 2021.
E tem mais: Koenig prometeu no Instagram que duas novas músicas sairão em fevereiro (uma começa com S e a outra tem as iniciais BB), e outras duas (TL e UW), em março. É, de certa forma, muita informação de uma vez. Mas, por outro lado, ainda não é o suficiente para quem está no aguardo desde 2013.