Ouça: César Lacerda

Mineiro residente no RJ entrega ótimas letras em som contemporâneo e tipicamente brasileiro

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Até onde minha memória me permite saber, faz um ano que me deparei pela primeira vez com o nome César Lacerda. Na época, ele já tinha um EP lançado dois anos antes e estava divulgando seu projeto com a cantora Luiza Brina. Meses depois, em agosto de 2013, o mineiro residente no Rio de Janeiro lançava Porquê da Voz, seu primeiro álbum e responsável por grande parte do respeito e da admiração que o cantor vem recebido – pelo menos à minha volta (e da minha pessoa).

São algumas as coisas que merecem ser destacadas em sua obra e que fazem suas músicas serem recomendação certeira para qualquer um que se interesse pela música tipicamente feita no Brasil hoje – e essa é justamente uma delas. Ele carrega aquela herança de músicas regionais e do Samba e mistura tudo com os instrumentos padrão do Rock e os sintetizadores. Musicalmente rico e relevante.

César Lacerda – A Dois

Aí tem também as letras. César tem aquele quê teatral, performático, em letras que contam historinhas em primeira pessoa. Alguns versos emocionam pela força da narrativa, enquanto outros impressionam com reflexões e expressões tão humanas, tão sensíveis, como “Que tudo vai dar pé/Que tudo sempre se organizará/Que é sempre algo assim/Parece que o amor não vai chegar/Parece…” (Parece) ou “Duvido que essa dor/Alcançaria toda realidade/Que esmaga essa falta de rancor” (Bem Mais).

César Lacerda – Namorin’

Mas, não adianta, o protagonista do mito César Lacerda é seu vocal tão forte na potência e frágil na sensibilidade. Não teria como seu primeiro álbum ter outro nome que não Porquê da Voz mesmo, já que essa questão merece mesmo atenção, a começar pela dele.

Ouça César Lacerda e perceba como seu disco dá pistas de que sua intepretação pode ser ainda melhor ao vivo, mesmo sem todos os timbres presentes no álbum. Eu ainda não tive a chance de ir a um de seus shows e estou aqui atento pra ver quando ele aparece por aqui. Sugiro que você faça o mesmo.

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MARCADORES: Ouça

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.