Difícil tentar decifrar o que passa pela cabeça de um trio de garotos com 19 anos como Febueder. Mais um daqueles casos onde é injusto tentar pendurá-los de maneira certinha em uma teia de influências usando a velha lógica “eles ouviram A, B, C e fizeram ABC”.
Os três são da pequena cidade de Ascot, a aproximadamente 40 quilômetros da capital inglesa. Segundo os próprios, não há nenhum grande movimento musical na cidade, portanto todos cresceram aproveitando as facilidades existentes hoje para descoberta musical. Isso faz ainda mais sentido ao ouvirmos o som dos garotos.
Febueder – Owing
A comparação mais direta e praticamente inevitável é com Alt-J. Aquele som que senta confortavelmente na fronteira entre o Pop e o Experimental – não que seja possível rotular a banda de tal maneira -, utilizando os elementos que tem à disposição de forma inusitada, mas compondo canções extremamente acessíveis e viciantes.
Ao mesmo tempo, o timbre do vocalista nos permite catalogá-los facilmente ao lado de Foals, enquanto alguns arriscam colocar no bolo Animal Collective, e os próprios citam como influência Beirut e Caribou. Tudo isto está lá de certa forma, não é nada exagerado incluir todas estas influências, mas ao mesmo tempo, tantas comparações se tornam desnecessárias após alguns minutos ouvindo Owing, primeiro single liberado do segundo EP da banda, Lilac Lane, a ser lançado em 13 de outubro.
Febueder – Sloppiness Tank
O que fica após o play é o groove, a levada do baixo e o ótimo vocalista. Os dez segundos iniciais estão lá como um sinal para não acharmos que o Soul que vem depois pode ser definido como o som da banda, até por que não é. As outras faixas disponíveis são Alligator, a maior responsável pelas comparações com Alt-J e a inusitada Sloppiness Tank, canção mais viajada dos garotos.
Febueder mereceria nossa atenção apenas por fazer boa música. Mas merece mais ainda por ser formada por jovens músicos pensando de um jeito maduro e pouco previsível. Se hoje o resultado já impressiona, imagine com o passar do tempo.
