Ouça: Frabin

Projeto de Victor Fabri brinca com referências que vão do Dream Pop à Psicodelia

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“Eu gosto bastante de melodias Pop e harmônicas, gostosas de ouvir, mas, ao mesmo tempo, eu curto Noise, Psicodelia e Shoegaze. O que eu tento é casar um pouco dos dois fazendo músicas estruturalmente melódicas/Pop, mas com os timbres e a produção juntando o outro lado que eu curto também”. Foi assim que Victor Fabri, nome por trás do projeto Frabin, nos definiu seu som.

O que faz muito sentido, visto que o projeto abraça sonoridades diversas (e dá até pra apontar o Dream Pop como mais uma delas), mas sempre com um apreço por melodias gostosas e um toquezinho Lo-Fi para arrematar. Segundo Victor, os responsáveis por isso são Kevin Parker (Tame Impala), Julian Casablancas (The Strokes) e Mac Demarco. Cada um a sua maneira infuenciou a musicalidade do projeto – ouça Abstract Mind e vai ficar um pouco mais claro como o músico pinçou cada uma de suas referências.

Ele é também membro da banda Rascal Experience, mas só mesmo em seu projeto que consegue criar à sua própria maneira. Essas músicas já existiam na cabeça (e computador) de Fabri há algum tempo, mas só tomaram esta forma na primeira metade de 2014, quando o músico lançou o EP Selfish. “Um belo dia, me veio essa palavra que meio que englobou toda a ideia do trabalho. Foi muito centrado em mim, desde compor, produzir, gravar e mixar as músicas totalmente sozinho”, diz Fabri, que ainda complementa dizendo que o álbum o “representa dentro de seu mundinho”.

São apenas cinco delas, mas que mostram um “mundinho” vasto e cheio de referências, ora pendendo para um lado mais melancólico, ora para um mais roqueiro, mas sempre mantendo uma espécie de letargia em sua produção – algo que soa psicodélico, mas mesmo tempo busca referências Pop. Uma experiência auditiva interessante, principalmente em ver como as letras e o vocal de Victor se encaixam com essas melodias psicotrópicas.

“Olha, é meio complicado, por mais que seja uma capital, é tudo muito pequeno e numa escala muito menor, cena menor, menos lugares para shows, público menor, principalmente para um cenário alternativo, mas a gente leva como dá”, comenta o músico sobre a cena de Florianopólis, “tentamos fazer eventos legais e criar uma relação com o público para que ele veja que tem música boa sendo feita aqui sim”. E por falar em shows, os palcos parecem ser o lugar onde as composições de Victor deixam de ser só suas e tomam uma dimensão diferente, se expandindo para novos horizontes (e para novos músicos).

“Eu acabo pegando o que eu acho melhor em cada artista que eu escuto, misturando tudo num liquidificador com as minhas músicas e [minhas] ideias e sai o que sai”, explica Fabri. E, ainda que muito jovem, o projeto se mostra interessante e com uma sonoridade cheia de tantas referências que, de certa forma, se torna única.

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ARTISTA: Frabin
MARCADORES: Ouça

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts